Um Roteiro Geoturístico Urbano na Cidade do Recife (PE)

Authors

  • Márcia A. Reis Polck Agência Nacional de Mineração
  • Luis Manoel Paes Siqueira Agência Nacional de Mineração
  • Alcina Magnolia Barreto Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_3_425_435

Keywords:

Geoturismo urbano, Recife, Fósseis

Abstract

Roteiros de geoturismo urbano têm sido muito divulgados nos últimos anos, visto que como grande parte da população reside nas grandes cidades, além de sítios geológicos, as rochas de revestimento dos monumentos históricos e arquitetônicos podem ser utilizadas para difusão geocientífica. Em função disso, o presente trabalho propõe um roteiro geoturístico que se inicia no arrecife do Marco Zero, prosseguindo pelas edificações de prédios e monumentos do Recife (PE), com ênfase nas rochas fossilíferas. A escolha do roteiro levou em conta a importância geológica, paleontológica, histórica e cultural em área de fácil acesso ao público. O arrecife do Marco Zero (arenito de praia, beachrock), representa uma linha de costa formada na última transgressão da costa brasileira, no Holoceno, com nível relativo do mar mais alto do que o atual cerca de 2m.  Os demais pontos do roteiro (Muralhas da Rua Barão Rodrigues Mendes, Sinagoga Kahal Zur Israel (Rochedo de Israel), Igreja da Madre de Deus, Capela Dourada, Igreja do Divino Espirito Santo (Antiga Calvinista dos Franceses), Mercado de São José, Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio, Igreja Matriz do Espirito Santo da Boa Vista e Colégio Presbiteriano Agnes Ershine) são espaços em variado locais da cidade com a presença de rochas fossilíferas. Nesse roteiro destacam-se as seguintes rochas sedimentares e seus respectivos fósseis: calcário Lioz (Rudistas †Radiolites e †Caprinula), arenito de praia e calcário da Formação Gramame com moluscos bivalves. A divulgação da geodiversidade permitirá uma nova abordagem turística e educativa, agregando maior valor geocientífico e se constituindo atração para diferentes públicos.

 

References

Almeida, S. & Porto Jr., R. 2012. Cantaria e pedreiras históricas do Rio de Janeiro: instrumentos potenciais de divulgação das Ciências Geológicas. Terra e Didática, 8(1): 3-23.

Araújo, R.A.D. 2007. Identidade e Autenticidade dos Restos de um Baluarte. Textos para Discussão nº 8 – Série Gestão de Conservação Urbana, Editora Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada, 17p.

Augusto, W.C. & Del Lama, E.A. 2011. Roteiro geoturístico no centro da cidade de São Paulo. Terra & Didática, 7(1): 29-40.

Baird, D. 1968. Guide to the geology and scenery of the National Capital Area. Geological Survey of Canada, Miscellaneous Report 15, 188p.

Barreto, A.M.F.; Assis, H.M.B.; Almeida, J.A.C.; Bezerra, F.H.R. & Suguio, K. 2008. Arrecifes, caminhos do mar de recife: importante patrimônio Geológico e histórico em praias urbanas do nordeste brasileiro. Memórias e Notícias, 3(Nova Série): 411-416.

Barreto, A.M.F.; Assis, H.M.B.; Bezerra, F.H.R. & Suguio, K. 2010. Arrecifes, a Calçada do Mar de Recife, PE – Importante Registro holocênico de nível Relativo do mar acima do atual. In: WINGE, M.; SCHOBBENHAUS, C.; SOUZA, C.R.G.; FERNANDES, A.C.S.; BERBERT-BORN, M.; SALLUN FILHO, W. & QUEIROZ, E.T. (Eds.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Disponível em: <http://sigep.cprm.gov.br/sitio040/sitio040.pdf.> Acesso em: 6 maio 2020.

Bélanger, J. 1998. Urban geology of Canada’s National Capital area. In: KARROW, P.F. & WHITE, O.L. (Coords.). Urban geology of Canadian Cities: Geological Association of Canada, Special Paper 42, p. 365-384.

CACHÃO, M.; SILVA, C.M. & RIBEIRO, M.J. 2009. Cemitério de São Sebastião. Geoalverca. Disponível em: <http://geoalverca.ucoz.com/georoteiro/10_cemiterio.pdf>. Acessado em: 05 fev. 2016.

CARVALHO, A.M.F.M. 2019. “O Colégio de Jesus no Recife e a Igreja de Nossa Senhora do Ó. História e Articulação Espacial”. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/7503.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2019.

Carvalho, H.L. 2010. Patrimônio geológico no Centro Histórico de Natal. Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Relatório de Graduação, 120p.

Costa, L. 2010. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. ARS (São Paulo), São Paulo, 8(16): 127-195. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-53202010000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em: 21 mai. 2020. https://doi.org/10.1590/S1678-53202010000200009.

Dechaseaux, C.; Coogan, A. & Cox, L. 1969. Systematic descriptions: Hippuritoida. In: MOORE, R.C. & TEICHERT, C. (Coords). Treatise on Invertebrate Paleontology, 2. Geological Society of America and University of Kansas Press, p. 803-817.

Del Lama, E.A. 2019. Potential for Urban Geotourism: Churches and Cemeteries. Geoheritage, 11: 717-728.

Fernandes, M.A.; Francischini Filho, H.R. & Carvalho, I.S. 2008. Paleoicnologia Urbana: O Patrimônio Fossilífero de Araraquara, Estado de São Paulo, Brasil. Memórias e Notícias, 3 (Nova Série): 455-462.

GASPAR, L. 2009. Mercado de São José. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: 6 maio 2020.

Kuzmickas, L. & Del Lama, E.A. 2015. Roteiro Geoturístico pelo Cemitério da Consolação, São Paulo. Revista Geociências UNESP, 34(1): 41-54.

Liccardo, A.; Piekarz, G.F. & Salamuni, E. 2008. Geoturismo em Curitiba. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 44, Curitiba, 2008. Resumos, Curitiba, Sociedade Brasileira de Geologia, CD ROM.

Mansur, K.L.; Carvalho, I.S.; Delphim, C.F.M. & Barroso, E.V. 2008. O Gnaisse facoidal: a mais carioca das rochas. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, 31(2):9-22.

Medeiros, M.A.M. & Polck, M.A.R. 2017. Geoturismo Paleontológico no Centro Histórico do Rio de Janeiro. Geociências UNESP, 36(1):118–137.

Menezes, S.O. 2007. Descoberta, observação, interpretação e educação (geo)ambiental: um exemplo de geologia "urbana" no Santa Cruz Shopping, Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais. Virtú (UFJF), 6(1-12).

Muniz, G.B.C. & Oliveira, M.I.M. 1974. Fauna Malacológica do interior do beach-rock de Piedade (Pe). In: XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, Porto Alegre, 1974, Anais, p. 263-269.

Nascimento, M.A.L.; Silva, M.L.N. & Bezerra, G.B. 2018. Presença da geodiversidade em itinerário geoturístico no centro histórico de Natal/RN (NE Brasil). Terr@Plural, 12(2): 238-253.

Palacio-Prieto, J.L. 2015. Geoheritage Within Cities: Urban Geosites in Mexico City. Geoheritage, 7(4): 365-373.

Pereira, C.A. & Liccardo, A. 2010. Rochas e Cantaria usadas no Barroco Mineiro. Revista Patrimônio Geológico e Cultura, 1(1): 1-2.

Pinto, A.B.C.; Rosato, C.S.O.; Rios, D.C.; Barretos, J.M.C. & Oliveira, N.S.A. 2010. Rochas ornamentais na geologia urbana: Uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo. Revista Electrônica de Ciências da Terra, 15(54): 1-4.

Polck, M.A.R.; Araújo-Júnior, H.I., Medeiros, M.A.M. & Monteiro, M.A.S. 2018. Caminhando sobre o Passado no Museu do Amanhã. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, 41(1):382–400.

Polck, M.A.R., Medeiros, M.A.M. & Araújo-Júnior, H.I. 2020. Geodiversity in Urban Cultural Spaces of Rio de Janeiro City: Revealing the Geoscientific Knowledge with Emphasis on the Fossil Content. Geoheritage, 12, 47. https://doi.org/10.1007/s12371-020-00470-7

Robinson, E. 1982. A geological walk around the City of London – Royal Exchange to Aldgate. Proceedings of the Geologists Association, 93(225-246).

Robinson, E. 1993. A geological walk in Southwark. Proceedings of the Geologists Association, 104(285-299).

SILVA, C.M. 2007. Fósseis na cidade. Paleontologia e Geologia urbanas em Almada. Disponível em: <http://paleoviva.fc.ul.pt/almafossil/index/rcapleit.htm>. Acesso em: 05 fev. 2014.

Silva, C.M. 2009. “Fósseis ao Virar da Esquina”: Um percurso pela Paleontologia e pela

geodiversidade urbana de Lisboa. Paleolusitana, 1(459-463).

Silva, R.G.P., & Mansur, K.L. 2017. Proposta de roteiro para a prática de geoturismo urbano e para a geoeducação no centro da cidade do Rio de Janeiro. In: I WORKSHOP DE ARTE E CIÊNCIA: REFLEXÃO INTEGRADA DA PAISAGEM, Rio de Janeiro, Brasil, 2017. Anais, Rio de Janeiro, p. 1–14.

Stern, A.G.; Riccomini, C.; Fambrini, G.L. & Chamani, M.A.C. 2006. Roteiro geológico pelos edifícios e monumentos históricos do centro da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, 36(4):704-711.

Steuber, T. & Löser, H. 2000. Species richness and abundance patterns of Tethyan Cretaceous rudist bivalves (Mollusca; Hippuritacea) in the central-eastern Mediterranean and Middle East, analysed from a paleontological database. Palaeogeography, Paleoclimatology, Palaeoecology, 162:75-104.

VAINSENCHER, S.A. 2009a. Recife, Bairro. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php>. Acesso em: 12 mar. 2020.

VAINSENCHER, S.A. 2009b. Sinagoga do Recife - Kahal Zur Israel. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php>. Acesso em: 12 mar. 2020.

VAINSENCHER, S.A. 2009c. Igreja Matriz da Boa Vista, Recife, PE. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php>. Acesso em: 12 mar. 2020.

Vingboons, J. 1665. Caerte van de haven van Pharnambocque met de stadt Mouritius en het dorp Reciffe met bijleggende forten en alle gelegentheden van dien. Nationaal Archief, Public Domain. Disponível em: <https://www.nationaalarchief.nl/onderzoeken/kaartencollectie/af87da04-d0b4-102d-bcf8-003048976d84>. Acesso em: 17 mar. 2020.

Wolniewicz, P. 2019. Bringing the History of the Earth to the Public by Using Storytelling and Fossils from Decorative Stones of the City of Poznań, Poland. Geoheritage, 11: 1827-1837.

Published

2020-09-30

Issue

Section

Article