Balanço Sedimentar da Baía de Suape (PE) entre os Anos de 1994 e 2007: Consequências Ambientais

Authors

  • Carlos Eduardo G. S. de O. Fabin Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação Geociências, PPGEOC/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, PE, Brasil
  • Sharliane Dornelle d’ Almeida Arruda Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação Geociências, PPGEOC/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, PE, Brasil
  • Valdir do Amaral Vaz Manso Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, CTG, Departamento de Geologia, DGEO/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, PE, Brasil
  • Rochana Campos de Andrade Lima Universidade Federal de Alagoas, Centro de Tecnologia, CTEC/UFAL, Programa de Pós graduação em Geografia, PPGG/UFAL, Laboratórios Integrados de Ciências do Mar e Naturais, LABMAR/UFAL, Av. Lourival Melo Mota, s/n, Tabuleiro do Martins, 57072-970, Alagoas, AL, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_3_98_109

Keywords:

Baía de Suape, Balanço sedimentar, Batimetria

Abstract

Este estudo tem como objetivo uma análise do balanço sedimentar na Baía de Suape, localizada no litoral sul de Pernambuco, próxima ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, com intuito de definir a magnitude e a direção do transporte de sedimentos, localizar trechos onde ocorre erosão e deposição, e quantificá-los. Essa análise foi feita a partir de dois levantamentos batimétricos obtidos em um intervalo de treze anos, 1994 e 2007. Os dados possibilitaram a determinação das profundidades e morfologia do leito de fundo, além da confecção de mapas temáticos, perfis batimétricos e cubagem, mostrando que a taxa de erosão foi superior a taxa de sedimentação. O volume de sedimentos que saíram do sistema foi de 1.331.236,46m³, sendo apenas 192.481,27m³ de material que entrou no sistema, mostrando que a Baía de Suape apresenta um balanço sedimentar negativo. Este trabalho propôs três hipóteses que explicariam a causa do balanço sedimentar negativo, as quais têm relação direta com ações antrópicas, que modificaram as circulações das correntes internas da Baía de Suape e da deriva litorânea: diminuição do aporte sedimentar; desequilíbrio por obras de dragagens e; ocupações irregular da faixa de praia.

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Published

2020-09-30

Issue

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Article