Geoquímica de Feldspato, Mica, Berilo e Turmalina e Geocronologia U-Pb em Monazita dos Pegmatitos Fazenda Concórdia e São Domingos - Espírito Santo, Brasil

Authors

  • Flávia Compassi da Costa Universidade Federal de Ouro Preto– UFOP, Escola de Minas, Departamento de Geologia, Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, Campus Universitário Morro do Cruzeiro, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
  • Ricardo Scholz Universidade Federal de Ouro Preto– UFOP, Escola de Minas, Departamento de Geologia, Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, Campus Universitário Morro do Cruzeiro, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
  • Rodson de Abreu Marques Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, Departamento de Geologia, 29500-000, Alegre, Espírito Santo, ES, Brasil
  • Gláucia Nascimento Queiroga Universidade Federal de Ouro Preto– UFOP, Escola de Minas, Departamento de Geologia, Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, Campus Universitário Morro do Cruzeiro, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
  • Marco Paulo de Castro Universidade Federal de Ouro Preto– UFOP, Escola de Minas, Departamento de Geologia, Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, Campus Universitário Morro do Cruzeiro, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_3_01_22

Keywords:

Pegmatito, Espírito Santo, Mimoso do Sul, Muqui, Geoquímica

Abstract

Os pegmatitos Fazenda Concórdia e São Domingos, inseridos no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, estão localizados, respectivamente, nos municípios de Mimoso do Sul e de Muqui – sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste trabalho é estudá-los, a partir de aspectos geoquímicos, a fim de caracterizar a evolução desses corpos. As técnicas analíticas empregadas foram: microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspatos, micas, berilos e turmalina); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados); e LA-SF-ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U-Pb, em grãos de monazita). Ambos os pegmatitos apresentam zoneamento simples e contêm quartzo, feldspato e mica, porém o pegmatito Fazenda Concórdia possui também turmalina, berilo e topázio. Em relação à geoquímica, foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o pegmatito São Domingos é menos diferenciado que o pegmatito Fazenda Concórdia. Quando comparados aos pegmatitos do Campo Marilac (Distrito Pegmatítico de Governador Valadares), onde ocorrem pegmatitos simples a complexos, os pegmatitos Fazenda Concórdia e São Domingos não apresentam um grau de evolução elevado/complexo. A monazita do pegmatito São Domingos apresenta a mesma idade da rocha encaixante (Grupo Bom Jesus do Itabapoana), sendo assim produto da fusão das rochas desse grupo.

References

Ahrens, L.H.; Pinson, W.H. & Kearns, M.M. 1952. Association of rubidium and potassium and their abundance in common igneous rocks and meteorits. Geochimica et Cosmochimica Acta, 2(4): 229-242.

Benitez, L.; Chaves, M.L.S.C; Vieira, V.S. & Silva, S.M. 2012. Depósitos de Minerais Gemológicos no Estado do Espírito Santo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 46, Santos, 2012.

Bilal E.; Marciano V.R.P.R.O.; Svisero D.P.; Correia Neves J.M. 1993. Monazitas de pegmatitos da porção centro-oeste da Província Pegmatítica Oriental. In: ANAIS SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DE MINAS GERAIS, 7, Belo Horizonte. 12: 99-104.

Bilal, E.; Correia Neves, J.M.; Fuzikawa, K.; Horn, A.H.; Marciano, V.R.P.R.O.; Fernandes, M.L.S.; Moutte, J.; Mello, F.M. & Nasraoui, M. 2000. Pegmatites in Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Geociências, 30(2): 234-237.

Campos, C.M.; Mendes, J.C.; Ludka, I.P.; Medeiros, S.R.; Moura, J.C. & Wallfass, C. 2004. A review of the Brasiliano magmatism in southern Espírito Santo, Brazil, with emphasis on postcollisional magmatism. In: The 750-550 Ma Brasiliano Event of South America. Journal of the Virtual Explorer, Electronic Edition, 17, Paper 1.

Cameron, E.N.; Jahns, R.H.; McNair, A.H. & Page, L.R. 1949. Internal Structure of Granitic Pegmatites. Economic Geology Monograph, 2:117 p.

Castañeda, C; Addad, J.E. & Liccardo, A. 2001. Gemas de Minas Gerais. Belo Horizonte: SBG, 288p.

Černý, P. 1975. Alkali variations in pegmatitic beryls and their petrogenetic implications. Journal of Mineralogy and Geochemistry, 123: 198-212.

Černý, P. 2002. Mineralogy of beryllium in granitic pegmatites. In “Beryllium: Mineralogy, Petrology, and Geochemistry”, E.S. Grew, eds. Mineral. Soc. Am. Rev. Mineral. Geochem., 50: 405- 444.

Černý, P. 2005. REE-enriched granitic pegmatites. in “Rare–Element Geochemistry and Mineral Deposits”, R.L. Linnen & I.M. Sampson, eds. Geol. Soc. Can. Short Course Notes, St. Catharines, 17: 175-199.

Černý, P. & Burt, D.M. 1984. Paragenesis, crystallochemical characteristics and geochemical evolution of micas in granitic pegmatites. Mineralogical Society of America, 13:257-298.

Černý P. & Ercit T.S. 2005. The classification of granitic pegmatites revisited. The Canadian Mineral, 43(6):2005-2026.

César-Mendes, J.; Gandini, A.L.; Marciano, V.R.P.R.O. & Svisero, D.P. 1998. Correlações genéticas entre berilos da Província Pegmatítica Oriental Brasileira. Revista Escola de Minas, 51(1): 34-39.

Correia Neves, J.M. 1981. Pegmatitos Graníticos: morfologia, mineralogia, geoquímica, gênese e metalogênese. Tese apresentada em Concurso para Professor Titular da UFMG. Belo Horizonte, 262 p.

Correia Neves, J.M. 1990. Interpretação metalogenética e geoquímica de feldspato e micas em pegmatitos do Alto--Ligonha (Moçambique). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., Natal, 1990, Anais. Natal, SBG, v. 3, p. 1281-1293.

Correia Neves, J.M.; Monteiro, R.L.B.B. & Dutra, C.V. 1984. Composição química de berilos pegmatíticos do Brasil e seu significado petrológico e metalogenético. Revista Brasileira de Geociências, 14(3): 137 – 146.

Correia Neves, J.M.; Pedrosa-Soares, A.C. & Marciano, V.R.P.R.O. 1986. A Província Pegmatítica Oriental do Brasil à luz dos conhecimentos atuais. Revista Brasileira de Geociências, 16(1): 106-118.

Costa, F.C. 2018. Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Universidade Federal de Ouro Preto. Dissertação de mestrado, 99p. link: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/10654.

Costa, C.C. 2019. Caracterização do feldspato do pegmatito São Domingos, Muqui – ES. Monografia, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre – ES, 62p.

Dar, K.K & Phadke, A.V. 1964. On the occurrence of beryl and other minerals in pegmatites in India. IN: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 22, New Delhi, 1964. Proceedings. New Delhi, 6: 213 – 224.

Deer, W.A.; Howie, R.A. & Zussman, J. 2000. Minerais Constituintes das Rochas – Uma introdução. Lisboa, Fundação Colouste Gulbenkian. 727p.

Dietrich, R.V. 1985. The Tourmaline Group. New York, Van Nostrand Reinhold. 328p.

Duarte, B.P.; Tupinambá, M.; Nogueira, J. R.; Heilbron, M.; Almeida, J. C. H.; Porto Junior, R.& Menezes, P. T. L. 2012. Unidades Litoestratigráficas. In: Nota explicativa da Folha Itaperuna (SF.24-V-C-I). Programa Geologia do Brasil. Programa Geologia do Brasil. Belo Horizonte: CPRM. 2012.

Gandini, A.L.; Marciano, V.R.P.R.O.; Carvalho, F.M.S.& Svisero, D.P. 1998. Geoquímica de berilos do Campo Pegmatítico de Marilac, Governador Valadares, Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40, Belo Horizonte, 1998. Boletim de Resumos. Belo Horizonte, SBG., p. 323.

Gandini A.L. 1999. Aspectos Da Mineralogia, Geoquímica, Gêneses e Potencialidade Econômica do Campo Pegmatítico de Marilac, Minas Gerais. Programa de Pós-graduação em Geologia, Universidade de São Paulo, Tese de Doutorado, 261p.

Hawthorne, F.C. & Henry, D.J. 1999. Classification of the minerals of the tourmaline group. Europen Journal of Mineralogy, 11:201-215.

Heilbron, M.; Pedrosa-Soares, A.C.; Campos Neto, M; Silva, L.C.; Trouw, R.A.J. & Janasi, V.C. 2004. A Província Mantiqueira. In: Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. p. 180–211.

Jolliff, B.L.; Papike, J.J. & Shearer, C.K. 1987. Fractionation trends in micas and tourmaline as indicators pegmatite internal evolution: Bob Ingersoll pegmatite, Black Hills, South Dakota. Geochimica et Cosmochimica Acta, 51:519-534.

Klein, C. & Hurlbut Jr,. C.S. 2010. Manual de Mineralogía. 4. ed. Barcelona, Reverté. 378 p.

London, D. 2008. Pegmatites. Mineralogical Association of Canada, Special publication (10). 347p.

London, D. 2014. A petrologic assessment of internal zonation in granitic pegmatites. Lithos, 184-187:74-104.

Lopes Nunes, J.E. 1973. Contribution à l’étude minéralogique et géochimique des pegmatites du Mozambique. Sciences de la Terre, Mím.28: 1-201.

Marques, R.A. 2015. Litogeoquímica, geocronologia (U-Pb) e geoquímica isotópica (Sr-Nd) dos granitoides do Domínio Cambuci (Terreno Oriental da Faixa Ribeira) na região de Itaperuna, noroeste do estado do Rio de Janeiro). Programa de Pós-graduação em Geologia, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Tese de Doutorado, 296p.

Morteani, G. & Gaupp, R., 1989. Geochemical evaluation of the tantalum potential of pegmatites. In: Lanthanides, tantalum and niobium. Berlin, Springer-Verlag. 7:303-310.

Paiva, G. 1946. Províncias Pegmatíticas do Brasil. Boletim DNPM/DFPM, 78: 13 - 21.

Pedrosa-Soares, A.C. & Wiedemann-Leonardos, C.M. 2000. Evolution of the Araçuaí Belt and it’s Connection to The Ribeira Belt. Eastern Brazil. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, Rio de Janeiro, 2000. Tectonic Evolution of South America, Rio de Janeiro, p. 265-285.

Pedrosa-Soares, A.C.; Noce, C.M.; Wiedemann, C.M. & Pinto, C.P. 2001 The Araçuaí–West Congo orogen in Brazil: An overview of a confined orogen formed during Gondwanaland assembly. Precambrian Research, 110:307–323.

Pedrosa-Soares, A.C.; Alkmim, F.F.; Tack, L.; Noce, C.M.; Babinski, M.; Silva, L.C. & Martins-Neto, M.A. 2008. Similarities and differences between the Brazilian and African counterparts of the Neoproterozoic Araçuaí–West Congo orogen. Geological Society of London, 294: 153-72.

Pedrosa-Soares, A.C.; Campos, C.P.; Noce, C.M.; Silva, L.C.; Novo, T.A.; Roncato, J.G.; Medeiros, S.R.; Castañeda, C.; Queiroga, G.N.; Dantas, E.; Dussin, I.A.& Alkmim, F.F. 2011. Late Neoproterozoic-Cambrian Granitic Magmatism in the Araçuaí Orogen (Brazil), the Eastern Brazilian Pegmatite Province and Related Mineral Resources.

Geological Society of London, Special Publication, 550:25–51.

Pinto C.P., Drumond J.B.V., Féboli W.L. 2001. Projeto Leste-mapa geológico integrado e nota explicativa. Etapa I Folhas SE.24-V, SE.23-Z, SE.24-Y. Belo Horizonte, SEME/COMIG/MME/CPRM, escala 1:500.000.

Putzer, H. 1976. Metallogenetischeprovinzen in suedamerika. Stuttgart, E. Schweizerbart’scheVerlagsbuchhandlung. 318p. Schobbenhaus, C.; Almeida, C.D.; Derze, G.R. & Asmus, H.E. (Coords.) 1984. Geologia do Brasil - Texto explicativo do mapa geológico do Brasil e da área oceânica adjacente, incluindo depósitos minerais - Escala 1:2.500.000, Brasília, Ministério das Minas Energia/DNPM, 501p.

Selway J.B., Novak M., Eerny P., Hawthorne F. C. 1999. Compositional evolution of tourmaline in lipidolite – subtype pegmatites. European Journal of Mineralogy, 11: 569-578.

Silva, L.C.; Pedrosa-Soares, A.C.; Armstrong, R. & Noce, C.M. 2011. Determinando a Duração do Período Colisional do Orógeno Araçuaí com base em Geocronologia U-Pb de Alta Resolução em Zircão: Uma Contribuição para a História da Amalgamação do Gondwana Ocidental. Geonomos, 19: 180–197.

Simmons, W.B.S & Webber, K.L.2008. Pegmatite genesis: state of the art. European Journal of Mineralogy; 20 (4): 421–438.

Taylor, S.R.; Emeleus, C.H. & Exley, C.S. 1956. Some Anomalous rocks and their petrological significance. Geochimica et Cosmochimica Acta, 10(4): 224 – 229.

Trueman, D. L. & Černý, P., 1982. Exploration for rare-element granitic pegmatite. In: ČERNÝ, P. (ed.). Granitic pegmatite in Science and Industry. Mineralogical Association of Canada, Short Course Handbook, 8:463-494.

Vieira V.S. (Coords.) 2018. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Espírito Santo: Mapa Geológico e de Recursos Minerais. Escala 1:400.000. Belo Horizonte: CPRM.

Williamson, B.J.; Spratt, J.; Adams, J.T.; Tindle, A.G. & Stanley, C.J. 2000. Geochemical constraints from zoned hydrothermal tourmalines on fluid evolution and Sn mineralizations: an example from fault Breccias at Roche, SW England. Journal of Petrology, 41(9):1439-1453.

Published

2020-09-30

Issue

Section

Article