Análise Faciológica, Sistemas Deposicionais e Estratigrafia de Sequências da Formação Barbalha (Aptiano Superior), Bacia do Araripe: Dados de Testemunhos de Sondagem

Authors

  • Diego da Cunha Silvestre Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia em Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geociências
  • Gelson Luís Fambrini Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Geologia
  • Ian Cavalcanti da Costa Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Curso de Graduação em Geologia

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_4_34_47

Keywords:

Tratos de sistemas, Sistemas deposicionais, Formação Barbalha

Abstract

A Formação Barbalha mesmo tendo relações com as bacias marginais produtoras de petróleo ainda não foi muito bem estudada sob a luz da estratigrafia de sequências. Este trabalho propõe uma reavaliação de testemunhos antigos sob novas perspectivas no ramo da estratigrafia. A descrição de todos os testemunhos possibilitou a identificação de 11 fácies no registro estratigráfico das amostras e a correlação entre as unidades. Desta forma, a unidade é representada pelas litofácies: Gm – conglomerados maciços, Sc – arenitos com estratos cruzados, Sl – arenitos laminados, Sm – arenitos maciços, Scr – arenitos com laminação cruzada cavalgante,
Sd - arenitos deformados, Fl – argilitos laminados, Fm – argilitos maciços, Fsl – siltitos laminados, Fp – folhelhos papiráceos e Lp – calcário peloidal. O modelo da sucessão de fácies serviu para a interpretação dos sistemas deposicionais. Desta forma, a formação Barbalha é composta por duas grandes sequências. A sequência inferior sedimentada em dois estágios: um ciclo fluvial de morfologia entrelaçada que evoluiu para um sistema lacustre no topo. Neste ciclo lacustre se encontra a Camada Batateira, que representa um marco estratigráfico para a bacia onde se encontram níveis mineralizados em sulfetos. A sequência superior foi depositada segundo um sistema fluvial em dois estágios: entrelaçado de alta energia evoluindo para um sistema anastomosado para o topo. Estas variações nos modelos de sedimentação mostram uma variação no perfil de equilíbrio da bacia em função da razão espaço de acomodação/aporte sedimentar (A/S). Portanto, enquadrando a formação em tratos de sistema de baixa acomodação (LAST) representada pelos sedimentos fluviais mais enérgicos e um trato de sistema de alta acomodação (HAST) pela associação de fácies de caráter lacustre ou fluvial de
menor energia.

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Published

2020-12-18

Issue

Section

Article