Cartografias das margens: estudos sobre a produção experimental dos cinemas argentino e brasileiro

Autores

  • Daniel Pecego Vieira Caetano Universidade Federal Fluminense, Niterói - RJ

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106x/2018202196210

Resumo

Entre o final da década de 1960 e o início da década seguinte, diversos filmes produzidos por jovens cineastas na Argentina e no Brasil radicalizaram a ruptura com a linguagem narrativa clássica e com as estruturas de produção e distribuição, sendo por isso nomeados como Cinema Underground (Argentina) ou Marginal (Brasil). Pouco vistos na época, estes conjuntos de filmes motivaram ao menos quatro estudos comparativos apresentados por diferentes pesquisadores nos últimos anos. A perspectiva trazida pela visão em conjunto dos contextos históricos dos dois países permite que estes estudos sobre filmes ainda pouco conhecidos iluminem questões semelhantes que atravessam a produção contemporânea em ambos os países.

Biografia do Autor

Daniel Pecego Vieira Caetano, Universidade Federal Fluminense, Niterói - RJ

Daniel Pecego Vieira Caetano é professor Adjunto do Departamento de Artes e Estudos Culturais da UFF,  em Rio das Ostras. Formou-se em Cinema pela UFF     e fez mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela PUC-RJ. Organizador dos livros “Cinema Brasileiro 1995-2005 - Ensaios sobre uma década” e “Serras daDesordem”, sobre o filme homônimo. Já produziu e dirigiu doislongas-metragens, um documentário e quatro curtas. Foi colaborador da revista Filme Cultura entre 2010 e 2013; anteriormente, foi colaborador de outras revistas de cinema.

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Filmes mencionados

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Bang Bang. Direção: Andrea Tonacci, 81 minutos, Brasil, 1971.

Cara a Cara (Direção: Julio Bressane, 72 minutos, Brasil, 1968.

El escarabajo de oro . Direção: Alejo Moguillansky y Fia-Stina Sandlund, 100 minutos, Argentina, 2014.

Histórias extraordinárias. Direção: Mariano Llinás, 245 minutos, Argentina, 2008.

Invasión. Direção: Hugo Santiago, 116 minutos, Argentina, 1969.

Matou a Família e Foi ao Cinema. Direção: Julio Bressane, 63 minutos, Brasil, 1969).

O Bandido da Luz Vermelha (Direção: Rogério Sganzerla, 92 minutos, Brasil, 1968).

Puntos Suspensivos (Direção: Edgardo Cozarinsky, 71 minutos, Argentina, 1970).

Serras da Desordem (Direção: Andrea Tonacci, 135 minutos, Brasil, 2006.

The Players Versus Ángeles Caídos. Direção: Alberto Fischerman, 96 minutos, Argentina, 1969.

Tiro de Gracia. Direção: Ricardo Becher, 101 minutos, Argentina, 1969.

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Publicado

2018-07-06

Edição

Seção

Artigos