Sarduy, prisioneiro de Saint-Germain-des-Prés
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/20171915663Resumo
Neste trabalho, traduzido pela primeira vez ao português, escrito em 1999 e incluído no livro El pase del testigo (2001), Edgardo Cozarinsky realiza uma leitura crítica da situação de Severo Sarduy na França, desde uma perspectiva que somente ele, como testemunha privilegiada dessa experiência, inclusive como confessor, pode oferecer. O objeto dessa crítica é a “vampirização parisiense” de Sarduy, aquela que o converteu em um “prisioneiro” do grupo Tel Quel (excetuando Roland Barthes) e que o obrigou a “representar o papel de Sarduy”, a se trair. Cozarinsky postula que a autêntica voz de Sarduy deve ser lida, justamente, nessa zona que para tantos desses parisienses resultava ilegível: na mestiçagem étnica e cultural presentes em um gesto de simultânea audácia e leveza, que conduzem à ruína de toda origem e de toda meta, a uma afirmação do cubano e do latino-americano cuja complexidade situa Sarduy em uma série que nasce com Rubén Darío e passa por José Lezama Lima.
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