Sob o sol tropical: o imigrante português no Rio de Janeiro de Aluísio Azevedo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/203239256

Resumo

O presente trabalho pretende resgatar a obra de Aluísio Azevedo do esquecimento a que parece ter sido condenada por boa parte de nossa crítica que, desde o fim dos oitocentos, vem tratando suas narrativas como exemplos escolares de um naturalismo de segunda mão. Partindo da análise da trajetória e da composição de suas principais personagens, pretende-se averiguar como a condição do imigrante português foi recriada pelas linhas da ficção, a fim de questionar o pretenso antilusitanismo de que tantas vezes foi acusado o autor de O Cortiço.

Biografia do Autor

Mônica Figueiredo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre e Doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutorada pela Universidade de Coimbra (Portugal), onde desenvolveu trabalho de pesquisa sobre a obra de Eça de Queiroz e suas personagens femininas. Atualmente é professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Assina inúmeros ensaios críticos publicados no Brasil e no exterior, em que investiga não apenas a escola realista portuguesa, mas a relação mantida pela literatura oitocentista com a contemporaneidade.

Referências

ABREU, Maurício de Almeida. Da habitação ao habitát: a questão da habitação no Rio de Janeiro e a sua evolução. Revista Rio de Janeiro, n. 10, p. 210-234, 2003.

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.

CANDIDO, Antônio. De cortiço a cortiço. In: CANDIDO, Antônio. O discurso e a cidade. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1998, p. 123-153.

CANDIDO, Antônio. A personagem do romance. In: CANDIDO, Antônio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2004, p. 53-80.

CANDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira: (momentos decisivos), v. 1 e 2. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1981.

COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

DANTAS, Luiz. As armadilhas do paraíso. In: NOVAES, Adauto. O Desejo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 457-470.

ENDERS, Armelle. A história do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Gryphus, 2015.

ENGEL, Magali Gouveia. Onde moram os pobres? Representações literárias das habitações populares (Rio de Janeiro, fins do século XIX e inicios do XX). Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, n. 7, p. 89-104, 2007.

FRANCHETTI, Paulo. Leituras de O Cortiço (notas para um público estrangeiro). Revista Brasileira de Literatura Comparada – ABRALIC. São Paulo, n. 18, p. 87-96, 2011.

FRANCHETTI, Paulo. 06/06/2013. Naturalismo no Brasil. Disponível em < http://paulofranchetti.blogspot.com.br/search?q=naturalismo >. Acesso em 15/11/2016.

MENDES, Leonardo; VIEIRA, Renata Ferreira. A epopeia da impotência humana: naturalismo, desilusão e banalidade no romance brasileiro do final do século XIX. e-scrita Revista do Curso de Letras da UNIABEU, Nilópolis, v. 3, n. 3, p. 139-152, 2012.

MENDES, Leonardo; VIEIRA, Renata Ferreira. Introdução. In: AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo, Editora Hedra, 2013, p. 9-38.

MÉRIEN, Jean-Ives. Aluísio Azevedo. Vida e Obra (1857-1913). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Garamond, 2013.

REIS, Carlos. Pessoas de livro. Estudos sobre a personagem. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Análise estrutural do romance brasileiro. Petrópolis: Editora Vozes, 1973.

SOUZA, Ricardo Luiz de. O antilusitanismo e a afirmação da nacionalidade. Revista Politeia: História e Sociologia, Vitória da Conquista, v. 5, n. 1, p. 133-151, 2005.

Downloads

Publicado

2018-12-29

Edição

Seção

Artigos