Utopia, ensaio e tempestade: o novo mundo em Morus, Shakespeare e Montaigne
Resumo
Este artigo faz uma exploração de utopias letradas transmitidas ao longo de século XVI e início do XVII, enfocando um elemento específico das elucubrações humanistas: a ficção de encontros utópicos entre os mundos antigo e novo na Utopia de Thomas Morus, na Tempestade de Shakespeare e os Ensaios de Michel de Montaigne. Esses ‘encontros’ são, de fato, uma instância privilegiada de um imaginário político cuja articulação entrelaça a realização de um projeto humanista renascentista ao espaço recém-descoberto. Os ecos de Montaigne na Tempestade de Shakespeare são o ponto de partida para a investigação de aspectos controversos do imaginário político humanista renascentista em relação ao Novo Mundo e à colonização europeia.
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