HABITAR E REPARTIR O ESPAÇO TEXTUAL: A NATUREZA DELIRANTE EM EVANDO NASCIMENTO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2021231170186

Resumo

O trabalho vai se ater ao primeiro livro de Evando Nascimento, retrato desnatural (diários – 2004 a 2007), de 2008, lançado pela editora Record e caracterizado por Leila Perrone-Moisés como uma das obras da “literatura exigente” brasileira contemporânea. O artigo pretende analisar as diferentes séries de fragmentos dos quais o livro é feito e para os quais cada capítulo estipula uma regra variável. Nelas, a composição do todo apresenta uma condução singularíssima de partes e seções, especialmente na configuração epigráfica, na economia citacional, na titulação e no farto jogo com grafismos subvertendo convenções da escrita. Há uma densa reconfiguração do meio de exposição de um autorretrato diarístico no qual se mobilizam questões de espacialidade textual e ambiental e no qual se propaga, por conseguinte, a indecidibilidade entre textualidade e paisagem, humano e inumano, materialidade e imaterialidade, lucidez e delírio. Em suma, trata-se de uma ostensiva operação de desnaturalização do eu e do mundo.

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Publicado

2021-12-07

Edição

Seção

Dossiê