“Um tanto pueril”: a criança e a palavra literária como agentes (cosmo)políticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2024e63237

Resumo

Descontruindo algumas correlações entre a oposição prosa/poesia (tomada também como metonímia da oposição literatura/não-literatura) e a oposição adulto/criança, retomamos algumas bases da reflexão sobre biopolítica, para pensar a infância dentre a série de agentes cuja exclusão da comunidade política (junto com as figuras do Oriente, da mulher, do selvagem e outros seres supostamente destituídos de fala, de logos) paradoxalmente os reinveste de força e interesse político, seja como objetos de uma expansão dos regimes instituídos de visibilidade e controle, seja como possíveis instigadores de modos outros de ação, que exigem repensar o que significam agência e política. Assim, passando por uma análise da transcriação haroldiana do fragmento 52 de Heráclito sobre a criança e de Sagatrissuinorama de João Luiz Guimarães, buscamos delinear algumas implicações desse intrincado fenômeno recente de politização da infância para o ensino de literatura.

Biografia do Autor

Fabio Roberto Lucas, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

Docente do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Realizou pós-doutorado no IEL/Unicamp (2021-2022) e no PPG de Letras da UFPR (2019-2021). É membro do Grupo de Pesquisa Categorias da Narrativa (CNPq), desde 2021. Participa da Equipe Valéry do ITEM/CNRS, desde 2023. Junto com Roberto Zular, editou e traduziu o livro de Paul Valéry Poiética [Cadernos], semifinalista do prêmio Jabuti 2023 na categoria tradução.

Gabriel Salvi Philipson, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

Realiza estágio de pesquisa de pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em Literatura e Crítica Literária (CAPES, Pós-Doutorado estratégico, 2023-) sobre a escrita da natureza e as (im)possibilidades da literatura no antropoceno. É doutor (2023) em Teoria Literária na Unicamp, com período sanduíche na Freie Universität Berlin (Fapesp/DAAD), formado (2013) e licenciado em Filosofia na Universidade de São Paulo, e atua como tradutor e intérprete.

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Publicado

2024-06-28

Edição

Seção

Dossiê