Teoria das urgências e o presente da literatura: uma prática de leitura especulativa a partir de Autobiografia de um polvo, de Vinciane Despret

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2024e63239

Resumo

O artigo busca articular uma teoria literária a partir de Autobiografia de um polvo, de Vinciane Despret. Almeja-se uma leitura da narrativa que conjugue a principal premissa da sua criação, o Antropoceno, a um instrumental elaborado por Bruno Latour e Donna Haraway, tais como a guerra entre Terrestres e Humanos, a simpoiese e a fabulação especulativa. O Antropoceno, neste contexto, assume um caráter de “tempos de urgência”, afeito a relações inovadoras entre os seres e entre as disciplinas e contrário a narrativas escatológicas do fim do mundo. Neste sentido, pretendemos esboçar uma prática teórica que permita a insurgência de paradigmas que valorizem a cognição pelo corpo e pelos sentidos, diminuindo a proeminência do aprendizado ou da leitura tradicionalmente compreendidos como exercícios da razão. Esta prática cooperaria com a concepção de um mundo porvir.

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Biografia do Autor

Carolina Correia dos Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP) e professora de Teoria da Literatura na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Dentre suas publicações, destacam-se Jaguaretama: o mundo imperceptível de “Meu tio o Iauaretê” (7Letras/FAPERJ, 2022) e Na ponta da língua: política, literatura e violência em Os sertões, Native Son e Cidade de Deus (EdUERJ, 2021).

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Publicado

2024-06-28

Edição

Seção

Dossiê