Estudos Literários em questão: paradoxo ou utopia?

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Resumo

Uma análise da situação dos Estudos Literários no Brasil evidencia que a riqueza de sua diversificação não tem resultado numa pacífica convivência de seus estudiosos. Na contramão das explicações habitualmente mobilizadas, este artigo propõe então investigar os motivos teóricos do fenômeno de polarização dos Estudos Literários partindo da vontade de assumir um problema teórico interno à disciplina. Em seu aspecto paradoxal, as teorias de literatura, quaisquer que sejam, definem seu objeto de estudo através de um discurso normativo implícito ou explícito. O artigo sugere que tal aspecto paradoxal pode ser revertido através do uso das ferramentas da hermenêutica: círculo, paradigma e conflito. Por fim, a partir da ideia de conflito das interpretações e com o apoio da hermenêutica crítica de Paul Ricœur, conclui-se pela possibilidade de compreender melhor, e talvez de ultrapassar a polarização atual dos Estudos Literários.

Biografia do Autor

Cristina Henrique da Costa, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil

Cristina Henrique da Costa. Doutora em Estudos Românicos (Estudos luso-brasileiros) pela Universidade Paul Valéry Montpellier e Mestre em Filosofia Universidade Paris IV-Sorbonne. Graduou-se em 1993 em Estudos Brasileiros pela Universidade Paul Valéry Montpellier 3, e em Filosofia em 1986 pela Universidade Paris IV- Sorbonne. É Professora Doutora do Departamento de Teoria literária, IEL/UNICAMP, e membro do PPG Teoria e História Literária da UNICAMP. Foi Maîtresse de Conférences no Departamento de Estudos Luso-brasileiros, Universidade Paul Valéry Montpellier 3 de 2003 a 2012. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, Literatura Brasileira, Teoria Feminista, Estudos sobre Imaginação, Hermenêutica do Mal, Hermenêutica de Mulheres, atuando principalmente em temas vinculados a questões teóricas, estéticas e éticas de literatura.

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Publicado

2024-10-26

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Artigos