Indícios do Antropoceno e o clima das margens do Douro nos dois romances “durienses” de Eça de Queirós
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2025e69350Resumo
Ensaia-se uma abordagem ecocrítica dos dois romances semipóstumos de Eça de Queirós com cenário geográfico nas margens do rio Douro: A Ilustre Casa de Ramires (1900) e A Cidade e as Serras (1901). O objetivo é alcançar uma perspectiva onde ressoe um dos temas ambientais atualmente mais inquietantes – o clima e suas alterações antropogênicas. Explora-se a representação da sucessão das estações do ano no ambiente rural duriense, enquanto elemento narrativo motivador e/ou enquadrador dos enredos. Argumenta-se que ambos os textos, de matriz realista, podem inscrever-se na Seasons literature europeia. Simultaneamente, convoca-se a noção de “Antropoceno” (Crutzen; Stoermer, 2000) para mostrar como alguns dos seus indícios são um móbil de ação em A Cidade e as Serras. Conclui-se que o fator clima é relevante ao desenvolvimento dos enredos e personagens e que as duas narrativas são suscetíveis de avivar nos leitores de hoje a consciência dos desafios do Antropoceno e da significância do sistema climático para a humanidade.
Palavras-chave: Climocrítica; romance português; A Ilustre Casa de Ramires; A Cidade e as Serras; Seasons literature.
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