Imagens sublimes e temporalidades do trauma em Georges Didi-Huberman: arte como “domesticação do horrível”
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2025e69405Resumo
O artigo analisa a obra do teórico Georges Didi-Huberman, com foco em sua abordagem das “imagens sublimes” e da “temporalidade do trauma”, em diálogo com pensadores como Freud, A.Warburg e W. Benjamin. Didi-Huberman explora o sublime como uma categoria estética que captura o impacto de imagens que congelam o tempo e inscrevem memórias traumáticas, frequentemente associadas a violências históricas. O texto traça a evolução do conceito de sublime desde a Antiguidade, com Longino, até sua reformulação moderna por Burke, Mendelssohn e outros, destacando sua conexão com o trauma, que emerge como uma metáfora central no século XX para expressar a subjetividade em um contexto de catástrofes. Didi-Huberman, influenciado por Warburg, Freud e Benjamin, rejeita uma visão estetizante da arte, enfatizando sua capacidade de revelar o “horror” e o “recalcado” cultural. Através de conceitos como a Pathosformel de Warburg, ele explora como imagens carregam traços de violência e dor, funcionando como arquivos de memória coletiva. O sublime, nesse sentido, é reinterpretado como uma força disruptiva que confronta o espectador com a morte e o caos, mas também como um meio de “domesticação do horrível”, conforme Nietzsche. O artigo destaca a relutância de Didi-Huberman em adotar explicitamente o conceito de “sublime”, preferindo abordagens que enfatizem a materialidade e a temporalidade complexa das imagens. Assim, sua obra propõe uma arqueologia das imagens que interliga arte, trauma e história, desafiando narrativas harmoniosas e revelando as fraturas da modernidade.
Palavras-chave: imagens sublimes; trauma histórico; abalo estético; representação; inimaginável.
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