Metamorfismo Paleoproterozóico do Cinturão Mineiro: Considerações Petrográficas a Partir dos Dioritos Brumado e Rio Grande

Autores

  • Ciro Alexandre Ávila
  • Angélica Freitas Cherman
  • Joel Gomes Valença

Palavras-chave:

Diorito, Petrografia, Metamorfismo, Paleoproterozóico, Cinturão Mineiro

Resumo

Os dioritos Brumado e Rio Grande estão localizados na borda meridional do cráton São Francisco e reunem rochas dioríticas, quartzo-dioríticas e tonalíticas compostas principalmente por hornblenda verde e plagioclásio cálcico. O diorito Brumado foi subdividido em quatro fácies, designadas de grossa, média, média- fina e microporfirítica seriada, enquanto no diorito Rio Grande, por estar deformado, feições faciológicas não foram individualizadas. Os dois corpos dioríticos possuem xenólitos de rochas anfibolíticas e metaultramáficas do greenstone belt Rio das Mortes e são cortados por diversos diques e apófises de rochas granitóides com idades variando entre 2121 ± 7 Ma (granitóide Ritápolis) e 2101 ± 8 Ma (granitóide Itumirim). As idades mínimas de cristalização dos dioritos Rio Grande (2155 ± 3 Ma) e Brumado (2131 ± 4 Ma) relacionam os mesmos à evolução Paleoproterozóica do cinturão Mineiro. A mineralogia primária dos dois corpos dioríticos foi modificada por um evento metamórfico de fácies xisto verde caracterizado pela paragênese actinolita+albita+epidoto+titanita. A presença de hornblenda verde azulada no diorito Rio Grande sugere temperatura de metamorfismo um pouco mais elevada em relação ao diorito Brumado, porém ainda dentro do intervalo da fácies xisto verde ou, no máximo, epidoto anfibolito. A idade mínima do evento metamórfico regional na região entre Lavras e São João del Rei varia entre 2121 e 2101 Ma e é diferente da idade do pulso metamórfico desenvolvido no Quadrilátero Ferrífero, que varia entre 2059 Ma e 2041 Ma. A mineralogia metamórfica do diorito Brumado foi substituída, em certos locais, por uma paragênese metassomática potássica, relacionada à intrusão de diques e apófises do granitóide Ritápolis.

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Publicado

2021-11-12

Edição

Seção

GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA