Plantas Associadas às Fornadas de Quitandas na Comunidade de Santo Antônio do Rio Grande, Sul de Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Ivone Manzali de Sá
  • Luci de Senna-Valle

Palavras-chave:

Etnobotânica, Quitandas, Plantas alimentícias, Madeira, Camponeses

Resumo

O termo quitanda tem origem africana, quibumbo – kitanda, que significa mercado ou doces, biscoitos, doces de tabuleiros ou qualquer doce de forno. Na região estudada, Santo Antônio do Rio Grande, distrito de Bocaina de Minas, Minas Gerais, o termo é utilizado para designar os diversos tipos de biscoitos e broas com receitas de tradição oral, preparados nos fornos a lenha. Os dados sobre as plantas associadas à prática das fornadas foram obtidos através de observação participativa e de entrevistas semi-estruturadas. A lenha combustível para aquecer o forno é “a lenha do mato”, isto é, árvores nativas da região como a araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), ou o tarumã (Vitex montevidensis Cham.), por exemplo. A vassoura do forno é feita com alecrim-do-campo (Baccharis calvescens D.C.) e mané-josé (Croton migrans Casar.). As plantas utilizadas como ingredientes são cultivadas pela comunidade, como o inhame (Colocasia esculenta (L.) Schott.), o cará-do-alto (Dioscorea bulbifera L.) e o milho (Zea mays L.). A tradição das fornadas para o preparo das quitandas nesta região tem outras implicações além da alimentação, como as relações sociais e o sentido de identidade local.

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Publicado

2021-12-08

Edição

Seção

BOTÂNICA