Distribuição das Esponjas (Porifera) na Reserva Biológica do Atol das Rocas, Nordeste do Brasil

Autores

  • Fernando C. Moraes
  • Eduardo P. Vilanova
  • Guilherme Muricy

Palavras-chave:

Porifera, ecologia, distribuição, Atol das Rocas, Atlântico Central-Oeste

Resumo

Devido à riqueza e à unicidade de sua fauna, o Atol das Rocas abriga a primeira Reserva Biológica Marinha do Brasil, mas apenas seis espécies de esponjas foram registradas anteriormente no local. Neste trabalho é descrita a estrutura da comunidade de Porifera da Reserva Biológica do Atol das Rocas, através de amostragens quali- e quantitativas em 18 estações de coleta. Foram encontradas 36 espécies de 24 famílias, que somadas aos registros anteriores perfazem 39 espécies conhecidas no atol. Provavelmente seis destas espécies são novas, e quatro (Plakortis sp.3, Clathrina sp., Holoxea violacea e Aplysina sp.) são provisoriamente endêmicas para o Atol das Rocas. A diversidade e a equitabilidade das espécies de esponjas foi moderadamente alta (H=2,38, J=0,71), assim como a abundância total de esponjas (14,2 ind.m-2). Spirastrella hartmani (5,4 ind.m-2) e Chondrilla aff. nucula (1,1 ind.m-2) são as espécies de Porifera mais abundantes na área. O local com a maior diversidade (H’= 2,2) e densidade (70,4 ind.m-2) de esponjas foi a Fenda, um ambiente críptico com baixo hidrodinamismo e 7m de profundidade. As Poças de Maré, rasas e expostas à luz e às ondas, apresentaram a menor diversidade (H’= 0,22) e densidade de esponjas (1,7 ind.m-2). O Atol das Rocas possui muitas espécies de esponjas em comum com Fernando de Noronha (13/39) e com o litoral pernambucano (12/39). O grau de endemismo de esponjas verificado no Atol das Rocas foi baixo (10%) quando comparado por exemplo com o Recife da Nova Caledônia (71%), mas esse número pode aumentar com mais coletas e o refinamento dos estudos taxonômicos.

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Publicado

2021-12-09

Edição

Seção

SUMÁRIO