Variação Geográfica em Caracteres Cranianos Quantitativos de Kerodon Rupestris (Wied, 1820) (Rodentia, Caviidae)

Autores

  • Gisele Lessa
  • Pablo R. Gonçalves
  • Leila Maria Pessôa

Palavras-chave:

Kerodon rupestris, variação geográfica, morfometria craniana, nordeste, Brasil

Resumo

A variação geográfica em caracteres cranianos de nove amostras populacionais recentes e uma amostra sub-fóssil foi investigada através da amplitude de distribuição do roedor histricomorfo Kerodon rupestris (Wied, 1820), endêmico do semi-árido brasileiro. Análises univariadas e multivariadas foram baseadas em 22 caracteres medidos em 319 espécimens. Os resultados mostraram que a variação craniana apresentou um padrão clinal de aumento de tamanho do norte para o sul. A população localizada ao norte, proveniente de Itapajé (CE), possui o menor tamanho craniano quando comparada à do sul, proveniente de Botumirim (MG). Estas duas populações encontram-se completamente discriminadas no espaço multivariado de caracteres cranianos. As demais amostras situam-se em posição intermediária entre as populações do norte e do sul. Uma população de Kerodon acrobata inserida em uma segunda análise, ocupou um espaço inteiramente isolado em relação às demais populações de K. rupestris, revelando a distinção morfométrica entre as duas espécies do gênero. Padrões clinais na variação morfométrica não têm sido considerados para a delimitação de subspécies; no entanto, níveis diferenciados de variação infraespecífica estão ocorrendo entre as populações estudadas de K. rupestris. O padrão observado em K. rupestris sugere uma estrutura de variação que pode estar associada ao isolamento dos diferentes afloramentos rochosos habitados pela espécie. Estudos adicionais abordando limites geográficos de variação genética serão necessários para definir o nível preciso de diferenciação entre essas populações.

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Publicado

2021-12-13

Edição

Seção

SUMÁRIO