Acritarcos Anormais: Um Caso Teratológico no Limite Llandovery/Wenlock na Bacia do Amazonas, Brasil

Autores

  • Maria Antonieta C. Rodrigues
  • Tereza Regina M. Cardoso

Palavras-chave:

Acritarcos, Bacia do Amazonas, Siluriano, Temperatura, Salinidade

Resumo

Acritarcos anormais são indivíduos portadores de anomalias morfológicas e que são encontrados em diversos níveis ao longo da série siluriana, mas particularmente abundantes dentro do limite Llandovery/Wenlock. São poucos os trabalhos que fazem referências a acritarcos anormais. Na primeira citação foi descrito um Veryhachium europaeum “hiperatrofiado”, atribuído como uma forma “monstruosa” porém, sem conotação cronoestratigráfica ou paleoecológica. Posteriormente, em estudo sobre os acritarcos silurianos de Gotland, Formação Visby e Slite, Suécia, foram discutidas hipóteses para explicar a origem das anomalias nos processos de certas espécies. Concluiu-se que a variação de luminosidade e temperatura, poderia explicar os efeitos patológicos verificados nos acritarcos de Gotland. Atribuiu-se ainda, que a relação entre a distribuição de acritarcos anormais no limite Llandovery/Wenlock, provém de fenômenos globais como atividades vulcânicas, inversões paleomagnéticas ou queda de material extraterrestre. Neste trabalho são registrados, pela primeira vez, em sedimentos da Formação Pitinga (limite Llandovery/Wenlock), na Bacia do Amazonas algumas espécies descritas em Gotland, entre as quais: Veryhachiun sp., Ammonidium microcladum e Salopidium granuliferum. Essas espécies apresentam como característica comum parede fina e processos inflados e deformados. Considera-se essas anomalias registradas em acritarcos silurianos da Bacia do Amazonas como produtos de fatores ambientais estressantes tais como variação de temperatura e salinidade resultantes das oscilações do nível do mar, próprias neste intervalo de tempo.

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Publicado

2021-12-13

Edição

Seção

SUMÁRIO