Wittgenstein “Great Analysis” and Frege's construal of number as a property of properties
DOI:
https://doi.org/10.35920/arf.v21i1.16235Palavras-chave:
Wittgenstein, Análise de Proposições, Predicação de Segunda ordem, Visão de Aspectos, Propositional Analysis, Second-order Predication, Aspect Seeing.Resumo
Resumo: o propósito desse artigo é circunscrever e discutir a autocrítica, feita por Wittgenstein no período de 1933-39, a uma das teses mais fundamentais do Tractatus (TLP): ”Há uma e apenas uma análise completa da proposição” (3.25). Chamaremos esse procedimento peculiar de a “Grande análise”. Os argumentos de Wittgenstein contra a sustentabilidade da sua antiga tese podem ser encontrados em algumas passagens do livro Investigações Filosóficas (IF), bem como em passagens do Grande Datiloscrito (BT). Conforme será argumentado nesse artigo, essa autocrítica é uma consequência direta da preocupação de Wittgenstein, no período intermediário, com duas importantes propostas feitas por Frege nos §§18-24 do Os Fundamentos da Aritmética (FA) em relação o seu entendimento da noção de “atribuição numérica”. Nosso objetivo principal será mostrar de que maneira o movimento de autocrítica feito por Wittgenstein em relação a sua antiga concepção de “Grande Análise” teria sido influenciado por suas preocupações, no período intermediário de sua obra, com essas duas propostas feita por Frege no FA a respeito da noção de “atribuição numérica”. A fim de completar tal tarefa, será apresentada inicialmente de modo breve uma versão de como seria a “Grande análise” no TLP. Em seguida, selecionaremos e discutiremos algumas passagens do IF nas quais Wittgenstein recusa a completude e unicidade envolvida em sua prévia concepção tratariana de “análise”. Procuraremos destacar com clareza uma noção que estaria envolvida de um modo essencial na autocrítica de Wittgenstein: a noção de “ver como/ver aspectos”. Como será argumentado, essa noção, assim como a autocrítica feita por Wittgenstein, foram ambas diretamente influenciadas pela noção fregiana de “atribuição numérica”. Para completar essa segunda tarefa, teremos de revisitar e discutir algumas noções pertencentes ao período inicial da filosofia de Wittgenstein -- como a de “propriedades internas e externas” e a distinção entre “dizer e mostrar” -- ambas noções discutidas no TLP. No decorrer de nossa discussão, apresentaremos uma crítica feita por Wittgenstein a Russell, mas também a Frege, sobre a concepção de generalidade, ou mais especificamente, sobre o uso do quantificador existencial, proposta por ambos.
Abstract: The purpose of this article is to discuss Wittgenstein 1933-39 self-criticism of one of the most fundamental tractarian theses: There is one and only one complete analysis of the proposition (3.25). Wittgenstein's arguments against his previous thesis can be found in some passages of the Philosophical Investigation (PI) as well as in the Big Typescript (BT). As we shall argue, Wittgenstein's self-critique is directly related to two important ideas proposed by Frege in §§18-24 of The Foundations Arithmetic (FA) with respect to his construal of “number attributions”. Our main goal in this paper will therefore be to show how Wittgenstein's self-criticism of his old conception of the tractarian “analysis” would have been influenced by his concerns in the middle period of his work with these two proposals made by Frege in FA regarding the notion of “numerical attribution”. Our first task will then be to connect Wittgenstein's self-criticisms to his former conception of “analysis” in the Tractatus Logico-Philosophicus (TLP). To accomplish this first goal, we will have to briefly present a version of how such analysis would look like in TLP. Our next task will be to pinpoint some passages of the PI in which Wittgenstein rejects the completeness and uniqueness involved in his previous construal of the analytical process. We will try to circumscribe clearly a crucial notion involved in Wittgenstein's self-critique: the idea of “seeing as/seeing aspects”. Our claim is that this notion, as well as Wittgenstein's self-criticism, were both directly influenced by Frege's construal of the “number attribution” presented in FA. To accomplish this second task, we will have to revisit and discuss some further concepts from an early period of Wittgenstein's philosophy, like “internal and internal properties” and the “saying/showing distinction” in TLP. On our way towards accomplishing this goal, we will present a curious complaint by Wittgenstein regarding Russell's, as well as Frege's conception of generality, or more specifically, on the usage of the existential quantifier suggested by both these authors.
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