La Marca del Artífice. Descartes, Plinio y las Líneas de Apeles
Palavras-chave:
Descartes, ego, Deus, semelhança, analogia, Apeles, suma perfeição, God, image, likeness, analogy, Apelles, perfectionResumo
Nas Quintas Respostas Descartes torna explícita a analogia entre a semelhança ego-Deus e a semelhança obra-pintor. É pertinente considerar o exemplum que (seguindo uma rica tradição iniciada na Historia Natural de Plinio o Velho) Descartes evoca para fazer referência à absoluta perfeição da obra. Trata-se de Apeles de Cós. Pretendemos mostrar: 1) Que a obra de Apeles é a única que pode sustentar à analogia com a ideia de Deus, já que é a única que revela os dois nomes que presidem as provas da Sua existência, a saber: ens infinitus; ens perfectissimum. 2) Que esta analogía refere-se a uma obra particular de Apeles, a mais célebre, cuja descrição por parte de Plinio era já e ainda é um locus classicus. Em primeiro lugar, é a única que não representa, nem tem a pretensão de representar, outra coisa que não seja a marca do Artífice; e em segundo lugar, é a única que, como a ideia de Deus, contém, após seis séculos de interpretações, toda a perfeição concebível, isto é, toda perfeição da arte passada e da ainda por vir.
Abstract
In the Fifth Replies, Descartes explains the analogy between the ego-God likeness and the work-painter likeness. It is worth considering the exemplum evoked by Descartes (following a strong tradition which started in the Natural History by Pliny the Elder) to refer to the absolute perfection of the work, i.e., Apelles of Kos. We intend to show that: (1) Apelles' is the only work that can claim the analogy with the idea of God, since it is the only one revealing the two terms prevailing over the proofs of His existence, namely: ens infinitum; ens perfectissimum; (2) this analogy refers to a specific work of Apelles, the most famous one, whose description by Pliny was, and still is, a locus classicus. First of all, it is the only one not representing —nor intending to represent— anything but the Author's sign; secondly, it is the only one that, like the idea of God, and after six centuries of interpretations, still contains every conceivable perfection, that is, all perfections of past and future art.
Recebido em 12/2013
Aprovado em 02/2014
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