Incorrigibilidade nas circunstaÌ‚ncias adequadas: “qualquer tipo de enunciado pode oferecer evideÌ‚ncias para qualquer outro tipo”
Palavras-chave:
incorrigibilidade, autoconhecimento, atenção, dados dos sentidos, John Austin, Jules Ayer, incorrigibility, self-knowledge, attention, sense dataResumo
Neste artigo, apresento a discussão entre Ayer e Austin acerca de se enunciados ou proferimentos podem ser incorrigíveis e defendo a posição de Austin, inclusive contra as objeções de Ayer posteriores à publicação de “Sense & Sensibilia”. Ao contrário do que sustentou Ayer, enunciados experienciais e enunciados de objetos materiais não são epistemicamente assimétricos. Um enunciado de objeto material pode ser incorrigível se proferido nas circunstâncias adequadas e um enunciado experiencial pode ser corrigível se proferido nas circunstâncias inadequadas. A partir da posição de Austin, sustento que o autoconhecimento não tem privilégio epistêmico em relação ao conhecimento do mundo exterior. Esses tipos de conhecimentos são igualmente dependentes de circunstâncias objetivas da situação de proferimento.
Abstract
In this paper, I present the discussion between Ayer and Austin about whether sentences or utterances can be incorrigible and I argue in favor of Austin position. I defend Austin against objections from Ayer presented after the publication of “Sense & Sensibilia”. Unlike what was sustained by Ayer, experiential sentences and material object sentences are not epistemically asymmetrical. A material object sentence can be incorrigible if uttered in the appropriated circumstances, and an experiential sentence can be corrigible if uttered in the unappropriated circumstances. Relying on Austin position, I argue that self-knowledge does not have any epistemic privilege in relation to knowledge of the external world. These kinds of knowledge equally depend on objective circumstances of the utterance situation.
Enviado em: dezembro de 2014Aprovado em: setembro de 2015
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