Uma interioridade do mundo. Sobre o sentido interno como “apercepção cosmológica”
Resumo
O objetivo deste artigo é destacar a originalidade, a radicalidade e a fecundidade da concepção kantiana do sentido interno. Originalidade, porque Kant, ao contrário de Locke e toda uma tradição que emprega a expressão em um sentido analógico, pretende mostrar que ela deve ser utilizada no sentido próprio, sendo de fato a interioridade o correlato de uma dimensão da nossa sensibilidade. Radicalidade, porque essa posição leva Kant a dissociar de maneira escrupulosa o sentido interno e uma apercepção transcendental cujo caráter intelectual implica sua total vacuidade. Fecundidade, porque são então as consequências espiritualistas e idealistas da doutrina tradicional que são recusadas: a interioridade designa simplesmente um campo atópico do aparecer que é ontologicamente homogêneo a uma exterioridade da qual só se distingue fenomenologicamente e ao qual, além disso e mais fundamentalmente, está irredutivelmente subordinado.
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PDFDOI: https://doi.org/10.35920/1414-3004.2015vol19iss1pp69-91
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ISSN 1414-3003, Qualis A2
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