Metafísica e Psicologia: Ainda se pode afirmar a realidade do espírito e a realidade da matéria?

Autores

  • Evaldo Sampaio UnB

DOI:

https://doi.org/10.35920/arf.v19i1.3325

Resumo

Este é o primeiro de uma série de artigos nos quais pretendo articular uma interpretação de Matéria & Memória: Ensaio sobre a Relação entre o Corpo e o Espírito, de Henri Bergson. O objetivo central desta iniciativa é avaliar se as teses ali destinadas originalmente a se contrapor à Psicofisiologia do século XIX, oferecem recursos conceptuais para se contestar algumas das atuais posições das neurociências quanto à relação entre os estados cerebrais e os estados mentais. A hipótese subjacente é de que as premissas de algumas das principais orientações das neurociências contemporâneas quanto ao estatuto da mente e de sua relação com o corpo são semelhantes às adotadas pelos primeiros psicofísicos e, desse modo, as dificuldades interpostas por Bergson a estes são extensíveis àquelas. Trata-se, nesse escrito inicial, de reconstituir o projeto filosófico de Bergson em Matéria & Memória por uma hermenêutica do prefácio que, desde a sétima edição francesa, substituiu o lacônio prólogo original. Espero assim retomar e esclarecer os principais traços conceptuais da metafísica positiva de Bergson, bem como indicar como esta pode ainda ser uma alternativa legítima para se polemizar a redutibilidade do espírito à matéria.

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Publicado

2016-06-16