A essência lógica do juízo: algumas observações acerca do parágrafo 19 da Dedução Transcendental (B)
Resumo
No presente estudo, a partir da consideração dos dois motivos, expostos por Kant na abertura do parágrafo, para a sua insatisfação com a definição de juízo proposta pelos lógicos racionalistas, procuramos oferecer algumas razões para crer que esse parágrafo versa sobre a natureza da síntese judicativa (a forma lógica, não na acepção que contemporaneamente damos a tal expressão, pondo-a no plural, mas naquela em que por meio dela indicamos a essência do juízo). E, portanto, para recusar aquelas leituras que procuram ver nele uma revisão da questão lógico-gramatical, acerca dos diferentes modos como representações podem estar combinadas num juízo; bem como aquelas que o tratam como um texto de natureza eminentemente epistemológica, que envolveria uma questão que Kant considerara nos Prolegômenos, acerca das relações entre juízos de percepção e juízo de experiência, ou explicitando as condições sob as quais podemos determinar o valor de verdade de um juízo (um juízo tem um valor de verdade determinado para nós). Com isso pretendemos dar um pequeno passo, mas seguro, em direção a um grande objetivo: a compreensão da estrutura argumentativa da Lógica Transcendental e, em particular, da Dedução Transcendental e suas relações com a Dedução Metafísica, que a antecede, e a Analítica dos Princípios que a sucede.
Abstract
In the present paper, we give some reasons for thinking that in the paragraph nineteen Kant is arguing for a definition of judgement according to which the very peculiarity of judgement rests on the way in witch it shows a synthesis: different determinations are taken as determination of the same things. This paragraph is about the logical form of judgement, as it is indicated by his title, not in the sense that we give in our days to the expression "logical form", but in the kantian sense by witch we indicate the essence of judgement.
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