De onde vem o “novo” Três objeções a Marcos Nobre
DOI:
https://doi.org/10.35920/arf.v23i1.43443Palavras-chave:
Teoria crítica, dialética, modernidade, Fenomenologia do Espírito, formação, HegelResumo
Resumo
O artigo busca inserir a obra Como nasce o novo no contexto mais largo da produção teórica de Marcos Nobre, formulando a partir daí três objeções. A primeira delas tenta deixar à mostra uma contradição entre a ideia de uma “atualização” da Fenomenologia do espírito e o par de conceitos de “diagnóstico” e “modelo” de Nobre. A segunda contesta a ideia de uma diferença radical entre o “projeto moderno” do Hegel autor da Fenomenologia e do autor da Enciclopédia, considerando, junto do aspecto temporal da ideia de modernidade, também seu aspecto espacial. Por fim, a terceira questiona o caráter crítico da redução da ideia de fenomenologia em Nobre à ideia de uma “visada
da subjetivação da dominação” e a tentativa de desvincular “reconstrução” e “intersubjetividade”.
Abstract
The essay aims at inserting the book Como nasce o novo in the broader context of Marcos Nobre’s theoretical production, and then at formulating three objections. The first one tries to expose a contradiction between the idea of an “actualization” of the Phenomenology of Spirit and Nobre’s pair of concepts “diagnosis” and “model”. The second one contests the idea of a radical difference between the “project of modernity” of Hegel, the author of the Phenomenology, and Hegel, the author of the Encyclopedia, considering along the temporal aspect of the idea of
modernity also its spatial aspect. Finally, the third one puts in question the critical character of the reduction of the idea of phenomenology to the idea of a “point of view of subjectivation of domination” and the attempt to detach “reconstruction” and “intersubjectivity” from each other.
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