Apresentação do artigo “O Eu de Fichte”, de Dieter Henrich
DOI:
https://doi.org/10.35920/arf.v23i1.43447Palavras-chave:
Fichte, Dieter henrich, Idealismo, autoconsciência, Doutrina da Ciência, não-eu, autoposição, filosofia transcendentalResumo
Resumo
No texto fundacional da Doutrina da Ciência, a Grundlage (1794), Fichte inovou ao propor o princípio da autoconsciência, como autoposição de si, para fundador tanto do conhecimento teorético como do prático. Contudo, ao conceder exclusivamente a esse princípio (eu) estabelecer o conjunto das atividades reflexivas, nisso esbarrou em pontos intratáveis para a própria atividade da consciência. Ainda que alcançou uma
fundamentação, na perspectiva transcendental, da estrutura autorreflexiva da consciência que faltava ao princípio da consciência de Reinhold, a vinculação dela a um não-eu, como condição para mantê-la em sua dinâmica, conduziu Fichte, a despeito de haver inaugurado pela teoria do “eu” a segunda fase no tratamento da teoria da reflexão, a aporias que colocaram sua teoria da reflexão da consciência perante obstáculos intransponíveis. Na percepção dos limites intrínsecos a essa abordagem do primeiro princípio assentada na figura da autoconsciência (eu), Fichte elaborará, nos anos seguintes, as outras exposições da Doutrina da Ciência, visando escapar das aporias manifestadas na primeira versão.
Abstract
Presentation of the translation "Fichte's Self" by Dieter Henrich. In the foundational text of the Doctrine of Science, the Grundlage (1794), Fichte innovated by proposing the principle of selfconsciousness, as self-position of self, for the founder of both theoretical and practical knowledge. However, by granting exclusively to this principle (Self) establish the set of reflexive activities, in this he ran into intractable points for the activity of consciousness itself. Yet it achieved a grounding, from the transcendental perspective, of the self-reflexive structure of consciousness that Reinhold's principle of consciousness lacked, the linking of the consciousness to a non-self, as a condition for maintaining its dynamic, led Fichte, despite having inaugurated the second phase in the treatment of the theory of reflection with the theory of the "Self", the aporias that placed his theory of the reflection of consciousness before insurmountable obstacles. In the perception of the intrinsic limits of this approach to the first principle based on the figure of selfconsciousness (Self), Fichte would elaborate, in the following years, the other expositions of the Doctrine of Science, aiming to escape the aporias manifested in the first version.
Referências
FICHTE, Johann Gottlieb. 1971. Fichtes Werke. Ed. I.H. Fichte. Band I. Berlin: Walter de Gruyter.
FICHTE, Johann Gottlieb. 1980. A Doutrina da Ciência de 1794. Trad. Rubens R. T. Filho. São Paulo: Abril Cultural.
HENRICH, D. 1966. Fichtes ursprüngliche Einsicht. In: HENRICH, D.; WAGNER, H.(orgs.). Festschrift a Konrad Cramer. Subjektivität und Metaphysik. Festschrift für Konrad
Cramer. Frankfurt am Main: Klostermann, p. 188-232.
HENRICH, D. 1967a. Fichtes ursprüngliche Einsicht. Frankfurt am Main, Klostermann.
HENRICH, D. 1967b. La Découverte de Fichte. Revue de Métaphysique et de Morale vol. 72 no. 2: pp. 154 - 169
HENRICH, D. 1970 / 2010. Hegel im Kontext. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
HENRICH, D. 1982. Fichtes-Ich. In: Selbstverhältnisse. Gedanken und Auslegung zu den Grundlagen der klassischen deutschen Philosophie. Stuttgart: Reclam, pp. 57-82.
HENRICH, D. 1991. Konstellationen: Probleme und Debatten am Ursprung der idealistischen Philosophie (1789-1795), Stuttgart: Klett-Cotta.
HENRICH, D. 2003. Between Kant and Hegel. Lectures on German Idealism Cambridge/Harvard University Press.
HENRICH, D. 2004a. Der Grund im Bewuβtsein. Untersuchungen zu Hölderlins Denken (1794-1795). Stuttgart: Klett-Cotta.
HENRICH, D. 2004b. Grundlegung aus dem Ich. Untersuchungen zur Vorgeschichte des Idealismus. Tübingen – Jena 1790 – 1794. 2 vols. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
HENRICH, D. 2019. Dies Ich, das viel besagt: Fichtes Einsicht nachdenken. Frankfurt am Main: Klostermann
SIEP, L. 1970. Hegels Fichtekritik und die Wissenschaftslehre 1804. Freiburg/Munique: Karl Alber.
UTTEICH, L. C. 2015. As Conferências de 1804 de Fichte diante do sistema no Differenzschrift (1801) de Hegel. In: CARVALHO, M.; TASSINARI, R.; PERTILE, J. P. Hegel. Coleção VI Encontro ANPOF: ANPOF, pp. 326-347.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-ND 4.0), que permite a redistribuição, comercial ou não comercial, desde que a obra original não seja modificada e que seja atribuído o crédito ao autor.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).