Juizos predicativos e juizos de existência. A propósito da crítica kantiana ao argumento ontológico cartesiano
Resumo
A refutação por Kant da versão cartesiana do argumento ontológico baseia-se na tese de que existência não é um predicado real. Mostraremos, nesse artigo, que essa tese implica uma distinção entre a forma dos juízos categóricos (assertóricos) e a dos juízos existenciais, a qual foi analisada por Kant no opúsculo pré-crítico O único argumento possível para a demonstração da existência de Deus e na Dialética Transcendental da Crítica da Razão Pura (na secção Da impossibilidade de uma prova ontológica da existência de Deus). Em seguida, mostraremos que essa distinção torna invalida a dedução de uma proposição existencial (conclusão do argumento ontológico) a partir de proposições categóricas (premissas do argumento ontológico), o que põe em questão a correção do argumento cartesiano.
Résumé
La réfutation par Kant de la version cartésienne de l'argument ontologique s'appuie sur l'affirmation que l'existence n'est pas un prédicat réel. Dans cet article, nous allons montrer que cette thèse kantienne implique une distinction entre la forme des jugements catégoriques (assertoriques) et la forme des jugements d'existence, laquelle a été analysée par Kant dans son opuscule pré-critique L'Unique Fondement Possible d'une Démonstration de L'Existence de Dieu et dans la Dialectique Transcendentale de la Critique de la Raison Pure (dans la section De L'Impossibilité d'une Preuve Ontologique de l'Existence de Dieu). Ensuite nous allons démontrer que cette distinction rend incorrecte la déduction d'une proposition existentielle (conclusion de l'argument ontologique) à partir de propositions catégoriques (prémisses de l'argument ontologique), ce qui met en question la validité de l'argument cartésien.
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