"Pensamentos sem conteúdo são vazios"
Resumo
A frase de Kant: "Pensamentos sem conteúdos são vazios, intuições sem conceitos são cegas apresenta-se como um paralelo, mas como um paralelo imperfeito. Além disso, a frase apresenta-se como uma tautologia trivial: é óbvio que o que não tem conteúdo é vazio.
O autor examina algumas lógicas da escola leibniziana e mostra que para essas lógicas um conceito vazio implica uma contradição interna. Para Kant um conceito pode ser vazio, mesmo que ele seja irrepreensível do ponto de vista da lógica formal. Ele pode ser vazio desta maneira nova: quando ele não está combinado com uma intuição correspondente. Destaca-se aqui a grande inovação de Kant, no que diz respeito à filosofia leibniz-wolffiana. Ela consiste no reconhecimento da necessidade da intuição, como fator de conhecimento. Assim, a construção da frase, precisamente por razão daquilo mesmo que lhe dá a sua aparência tautológica ou trivial, conduz à introdução, no texto da Crítica, da lógica transcendental.
Abstract
Kant's saying: "Thoughts without content are empty, intuitions without concepts are blind" is meant as a rethorical parallell, but in fact it becomes an imperfect one. Moreover, the saying seems to be a trivial tautology: it need not to be said, that something which has no content is empty.
The author examines some Logics of the leibnizian school and he shows that for those Logics an empty concept implies an internal contradiction. For Kant, on the contrary, a concept may be empty in a new way: when no correspondent intuition is attached to it, although it be irreproachable from the standpoint of formal Logic. Kant's innovation is emphasized here: intuition becomes necessary as factor in knowledge. Thus it becomes clear that even that which on the saying produces its appearance of triviality and of tautology, leads towards the introduction of Transcendental Logic in the text of the Critique of Pure Reason.
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