A crítica de Filopono de Alexandria à tese aristotélica da eternidade do mundo
Resumo
O propósito deste artigo é examinar a crítica do cristão neoplatônico João Filopono de Alexandria (490-570) à tese de eternidade do mundo, presente no sistema cosmológico de Aristóteles, onde universo é concebido como aquilo que nunca foi gerado, nem é possível perecer, não teve começo, nem terá fim. Esta tese, extensamente exposta na Física e no De Caelo, tem como um dos seus mais importantes pilares a teoria do éter. Neste artigo, após expor brevemente a teoria aristotélica do éter, inicio a análise da crítica de Filopono a esta teoria, dedicando particular atenção aos seus argumentos contra a tese aristotélica de que os corpos celestes são eternos porque são feitos de éter, elemento, perfeito e simples, que não está sujeito à contrariedade, visto que seu movimento natural (circular) não tem contrários. Em seguida, passo a analisar a defesa de Filopono da tese de que o mundo é materialmente uniforme, e que todos os corpos, sejam terrestres, sejam celestes, são feitos dos mesmos elementos e estão, igualmente, sujeitos à geração e corrupção.
Abstract
This paper intends to investigate the criticism that John Philoponus of Alexandria (490-570), a Christian Neo-Platonist, addressed against the Thesis on Eternity of the World stated in the cosmological system of Aristotle. This thesis understands the Cosmos as something non-generated nor possible to perish, without a beginning or an end. Frequently exposed in Physics andOn Heavens, it has the Aether Theory as one of the most important foundations. In this paper, after a short exposition of the Aristotelian Aether Theory, I begin to investigate the Philoponus criticism against this theory, with special attention on his arguments against the Aristotelian thesis that the heavenly bodies are eternal because are made up with aether, a perfect and simple element, which is not subject on contrariety, since its (circular) natural movement has no contraries. Following, I investigate the Philoponus defense on the thesis that the World is uniform in matter, and that all bodies, terrestrials or celestials, are made up with the same elements, and are equally subjects to generation and corruption.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-ND 4.0), que permite a redistribuição, comercial ou não comercial, desde que a obra original não seja modificada e que seja atribuído o crédito ao autor.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).