Considerações sobre o necessitarismo de Espinosa
Resumo
Edwin Curley apresentou recentemente uma versão refinada de sua interpretação moderada do necessitarismo espinosista mediante uma crítica detalhada da interpretação radical defendida por Don Garrett. Em suas análises, fundadas em distinções conceituais de inspiração leibniziana, Curley procura mostrar que o sistema de Espinosa não exclui a possibilidade lógica de outros mundos, chegando mesmo a sustentar que não há base textual para atribuir a Espinosa a tese "tremendamente implausível" do necessitarismo radical. Em meu artigo pretendo defender a interpretação radical. Para isso, examino criticamente os principais argumentos de Curley procurando mostrar que as bases textuais por ele apresentadas como provas a favor da interpretação moderada estão longe de autorizarem esta interpretação, e que ela acarreta mais problemas do que soluções para a compreensão global da metafísica de Espinosa.
Abstract
Edwin Curley has offered recently a refined version of his moderate interpretation of Spinoza's necessitarianism, through a detailed criticism of the radical interpretation supported by Don Garrett. In his analyses, based on conceptual distinctions of leibnizian inspiration, Curley tries to show that Spinoza's system does not exclude the logical possibility of other worlds, and he arrives even to claim that there is no strong textual evidence that allows us to ascribe the "tremendously implausible" thesis of radical necessitarianism to Spinoza. In my paper, I propose to support the radical interpretation. For that purpose, I examine critically Curley's main arguments trying to show that the textual evidences he offered as proves for the moderate interpretation are far from authorizing that interpretation, and that it entails more problems than solutions for the global understanding of Spinoza's metaphysics.
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