Eternidade em Agostinho, interioridade sem sujeito
Resumo
O lugar da meditação sobre eternidade e tempo nas Confissões de Agostinho, ao fim dos livros autobiográficos, mostra que se trata de uma reavaliação e transformação do papel do espírito, contrariamente a um primado da subjetividade. O "eu" confessional vai descobrindo que nem eternidade nem tempo são seus objetos. O tempo, porque é um enigma que integra a condição da alma racional, lançada na exterioridade. A eternidade, idêntica à sabedoria divina, ao invés de ser apreendida pela razão finita e decaída, será o padrão de interioridade que moldará a ciência e a vontade humanas.
Abstract
The place taken by the meditation on eternity and time in the Confessions, after the autobiographical books, shows that it consists on an evaluation and transformation of the role of the spirit, quite different from the primacy of some subject. The confessional "I" discovers that neither the eternity nor the time are its objects. For time, as a puzzle, is part of the condition of the rational soul, fallen in the exteriority. Eternity, identical to God's Wisdom, shall not be apprehended by the finite and fallen reason, but must be taken as the pattern of interiority shaping human science and human will.
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