Wittgenstein e Bergson
Resumo
Neste artigo, retomamos a aproximação feita por Pariente entre Bergson e Wittgenstein, e procuramos indicar como ela poderia ser prolongada, em novas bases, por meio dos textos de Wittgenstein de 1929/30 dedicados à questão do tempo. Comentadores como Denis Perrin já notaram a relevância da reflexão wittgensteiniana acerca do tempo para a questão do abandono, por parte de Wittgenstein, do projeto de uma linguagem fenomenológica. Não obstante, creio que não foram inteiramente explicitadas as razões que levaram Wittgenstein a esse abandono. O núcleo desse artigo consiste numa breve análise do capítulo sete das Philosophical Remarks, na qual procuromostrar que a chave daquela questão se encontra no uso, por parte de Wittgenstein, do conceito bergsoniano de um tempo da experiência imediata concebido como "heterogêneo", em contraste com o tempo "homogêneo" da física.
Abstract
This paper is an attempt to reassess Pariente's thesis concerning the similarities between Bergson and Wittgenstein. We argue that the thesis can be given an enlarged basis when we consider the texts written by Wittgenstein in 1929-30 dealing with the problem of time. The relevance of Wittgenstein's reflections on time for the dismissal of the project of a phenomenological language has already been noticed by authors like Denis Perrin. Nevertheless, I think they do not provide all the reasons which led Wittgenstein to abandon that project. I offer a brief analysis of Chapter 7 of the Philosophical Remarks, trying to show that a central clue to this issue is to be found in Wittgenstein's mention of the Bergsonian concept of a "heterogeneous" time (the time of immediate experience), as opposed to the "homogeneous" physical time.
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