Nietzsche, Bildung e a tradição magisterial da filologia alemã
Resumo
Para compreendermos a evolução de uma fi losofi a da cultura nos primeiros escritos de Nietzsche, é necessário que indiquemos quais eram as posições articuladas em seus primeiros anos de ensino em Basiléia, especialmente no que diz respeito à conexão entre Bildung e atividade fi lológica, na medida em que essa atividade estava estabelecida pela tradição geral magisterial que teve lugar entre o classicismo tardio e os conflitos acerca dos procedimentos metodológicos erguidos pelos professores de filologia ao longo do século XIX. Algumas vezes as relações que Nietzsche construiu com essa tradição são consideradas globalmente como uma rejeição de seus princípios e fundamentos, apesar de alguns esforços recentes terem sido feitos no sentido de equilibrar essa concepção, identificando nela uma certa ambiguidade entre desaprovação e apropriação de alguns aspectos da tradição magisterial. Este artigo avança no sentido desse esforço ao fornecer uma investigação mais detalhada de como exatamente uma tradição magisterial fi lológica foi criada e desenvolvida na Alemanha e que divergências dentro dela mesma contribuiram em alguma medida para a visão de Nietzsche acerca da cultura, educação e pedagogia -- considerada tanto pratica quanto teoricamente.
Abstract
To understand the evolution of a philosophy of culture in Nietzsche's first writings we need to point out which were the positions articulated in his early teaching in Basel, especially regarding the connection between Bildung and philological activity, insofar as this activity was established by the general magisterial tradition that took place between late classicism and the struggle on the methodological procedures raised by philology scholars throughout the 19th century. Often the relations Nietzsche had built with this tradition are considered, as a whole, a rejection of its statements and grounds, although some recent eff orts have been made to balance this, identifying in them a certain ambiguity between disapproval and appropriation of some aspects of magisterial tradition. This paper advances in this eff ort by providing a closer investigation of how exactly a philological magisterial tradition was created and developed in Germany and which were the main divergences within itself that contributed to some extent to Nietzsche's views on culture, education and pedagogy -- both practically and theoretically thought.
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