L'erreur dans les "Principes de la philosophie de Descartes" de Spinoza, I, XV
Palavras-chave:
Espinosa, Descartes, Princípios da filosofia de Descartes, erro, negação, privação, per- feição, potência de Deus, Principes de la philosophie de Descartes, erreur, négation, privation, perfection, puissance de DieuResumo
No curso de sua apresentação da tese cartesiana segundo a qual o erro não é algo de positivo, no capítulo XV dos Princípios da filosofia de Descartes I, Espinosa introduz duas modificações notáveis em relação à argumentação do filósofo francês. Em primeiro lugar, ele acentua a perfeição de nossa natureza a fim de mostrar que o erro não provém de um defeito de constituição imputável em última instância ao Deus criador. Em segundo lugar, ele silencia a referência à potência livre e absoluta de Deus destinada em Descartes a mostrar que o criador não era obrigado a nos fazer de tal maneira que nós não pudéssemos jamais nos enganar, de modo que em relação a ele o erro não é uma privação, mas uma negação. O objetivo do artigo é explicar esta dupla distância em relação à argumentação cartesiana e mostrar que a amplificação da perfeição de nossa natureza e a ocultação da onipotência absoluta estão ligadas à recusa da tese de um Deus incompreensível e à exigência espinosista da inteligibilidade integral do real.
Résumé
Au cours de sa présentation de la thèse cartésienne selon laquelle l'erreur n'est pas quelque chose de positif, dans le chapitre XV des Principes de la philosophie de Descartes I, Spinoza introduit deux modifications notables par rapport à l'argumentation du philosophe français. Premièrement, il accentue la perfection de notre nature afin de montrer que l'erreur ne provient pas d'un défaut de constitution imputable en dernière instance au Dieu créateur. Deuxièmement, il passe sous silence la référence à la puissance très libre et absolue de Dieu destinée chez Descartes à montrer que le créateur n'était pas tenu de nous faire tels que nous ne puissions jamais nous tromper de sorte que eu égard à lui, l'erreur n'est pas une privation mais une négation. L'objectif de l'article est d'expliquer ce double écart par rapport à l'argumentation cartésienne et de montrer que l'amplification de la perfection de notre nature et l'occultation de la toute-puissance absolue sont liées au refus de la thèse d'un Dieu incompréhensible et à l'exigence spinoziste de l'intelligibilité intégrale du réel.
Recebido em 06/2009
Aprovado em 10/2009
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