The Number of Things in the World and the Autonomy of Logic
DOI:
https://doi.org/10.35920/1414-3004.2021v25n2-2p125-134Palavras-chave:
Wittgenstein, Tractatus, autonomia da lógicaResumo
Em seu livro recente, Engelmann (2021) avançou uma leitura do Tractatus que, a seu ver, removeria as dificuldades presentes em outras leituras (em particular, nas leituras “metafísica” e “resoluta”). Neste artigo, ocupar-me-ei da crítica de Engelmann às leituras metafísicas do Tractatus. Tal crítica baseia-se na ideia de que essas leituras estão comprometidas com algumas necessidades de re, o que violaria a autonomia da lógica e a ideia Tractariana segundo a qual só há necessidade lógica. Analisarei o caso particular de uma suposta necessidade de re, a saber, a do número de objetos no mundo. Depois de descrever alguns aspectos positivos e alguns obstáculos à interpretação de Engelmann desse caso, sugerirei que Engelmann está inconscientemente atribuindo ao Tractatus uma concepção de lógica que Wittgenstein, por sua vez, criticamente atribuiu a Russell e a Ramsey e que, portanto, não pode ser a sua. Por fim, retornarei à motivação original para a interpretação de Engelmann, que é a de salvar a autonomia da lógica, mostrando de maneira breve como conciliar a autonomia da lógica com um número fixo de objetos.
Abstract
In a recent book, Engelmann (2021) has put forward a reading of the Tractatus which he maintains would remove the difficulties presented in other readings, particularly the “metaphysical” and the “resolute” readings. In this paper, my concern will be with Engelmann’s criticism of the metaphysical readings of the Tractatus. This criticism is centered on the idea that such readings are committed to some de re necessities,
which violates the autonomy of logic and the Tractarian idea that there is only logical necessity. I analyze the particular case of a supposed de re necessity, namely, the number of objects in the world. After describing some positive aspects and drawbacks of Engelmann’s interpretation of this case, I suggest that Engelmann is unconsciously attributing to the Tractatus a conception of logic that Wittgenstein in turn
critically attributed to Russell and Ramsey; thus, this conception cannot be his own. Finally, I return to the original motivation for Engelmann’s interpretation, which is to save the autonomy of logic, and briefly show how to conciliate the autonomy of logic with a fixed number of objects.
Referências
Anscombe, G. E. M. (1965) ‘Retractation’. Analysis 26: 2, pp. 33-36.
Hacker, P. M. S. (1986) Insight and Illusion. 2nd edition. Oxford: Clarendon Press.
Engelmann, M. (2021) Reading Wittgenstein’s Tractatus. Cambridge: Cambridge University Press.
Lewy, C. (1967) ‘A note on the text of the Tractatus’, Mind 76, 416–423.
Malcolm, N. (1986) Nothing is Hidden. Oxford: Blackwell.
Nakano, A. (2021) ‘Haecceitism in the Tractatus: A refutation of Ishiguro’s view on Tractarian names’. Analysis 81: 2, pp. 232-240.
Pears, D. (1987) The False Prison, vol. 1. Oxford: Clarendon Press.
Potter, M. (2005) ‘Ramsey’s Transcendental Argument’. In: H. Lillehammer and D. H. Mellor (orgs), Ramsey’s Legacy. Oxford: Clarendon Press, 2005, pp. 71-82.
Potter, M. (2005) (2021) ‘How substantial are Tractarian objects really?’. Disputatio 10: 18, pp. 93-107.
Ramsey, F. (1991) Notes on Philosophy, Probability and Mathematics. Edited by M. C. Galavotti. Napoli: Bibliopolis.
Russell, B. (1910) Principia Mathematica.Vol 1. Cambridge: Cambridge University Press.
Wittgenstein, L. (1961/2004) Tractatus Logico-philosophicus. Translated by B. F. McGuinness and D. Pears. London: Routledge. (abbreviated as TLP)
Wittgenstein, L. (1922/1999) Tractatus Logico-philosophicus. Translated by C. K. Ogden, with an introduction by B. Russell. New York: Dover Publications.
Wittgenstein, L. (1961/1979) Notebooks, 1914-1916. 2nd edition. Translated by G. E. M. Anscombe. Chicago: The University of Chicago Press. (abbreviated as NB)
Wittgenstein, L. (1975) Philosophical Remarks. Translated by White, R. and Hargreaves, R. Chicago: The University of Chicago Press. (abbreviated as PR)
Wittgenstein, L. (1974) Philosophical Grammar. Edited by Rush Rhees, translated by Anthony Kenny. Oxford: Basil Blackwell.
Wittgenstein, L. (1982) Wittgenstein’s Lectures, Cambridge
-1935; From the Notes of A. Ambrose and M. Macdonald. Edited by Alice Ambrose. New York: The University of Chicago Press. (abbreviated as AWL)
Wittgenstein, L. (2005) The Big Typescript: TS 213. Edited and translated by C. Grant Luckhardt and Maxi- milian A. E. Aue, Malden: Blackwell. (abbreviated as BT)
Wittgenstein, L. (2016) Wittgenstein: Lectures, Cambridge 1930-1933; From the Notes of G. E. Moore. Edited by D. Stern, B. Rogers, and G. Citron. Cambridge: Cambridge University Press. (abbreviated as LC)
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-ND 4.0), que permite a redistribuição, comercial ou não comercial, desde que a obra original não seja modificada e que seja atribuído o crédito ao autor.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).