A linguística de Rousseau: a estrutura aberta e a potência criadora da linguagem

Autores

  • Ericson Falabretti Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Palavras-chave:

Rousseau, linguagem, retórica, suplementariedade, fala, escrita, language, rhetoric, supplementarity, speaking, writing.

Resumo

O exame da linguagem ocupa lugar central no conjunto do pensamento rousseauniano, ao mesmo tempo em que apresenta uma nova teoria sobre a linguística. A novidade da linguística rousseauniana, objeto de análise deste trabalho, está na consideração da não presença, da estrutura aberta e da potência criadora da linguagem. A não presença, a consideração que a linguagem não nasceu na natureza e, ao mesmo tempo, não é instituição social, revela a solução inédita de Rousseau para o problema da origem da linguagem. Já as noções de estrutura aberta e potência criadora remontam à função central da linguagem na explicação da historiografia e da antropologia rousseauniana. No Ensaio sobre a Origem das Línguas e no segundo Discurso, Rousseau revisita a discussão antropológica e a perspectiva anti-histórica do homem e, ainda, reassume o problema do tempo -- da saída do estado de natureza, do devir e da aparência -- como história das línguas. O trabalho também discute essa dupla tese, a centralidade e a novidade do estudo rousseauniano da linguagem, retomando as interpretações de Derrida e de Bento Prado Jr. O conceito derridariano de suplementariedade e a concepção nuclear de retórica -- enunciada por Derrida e aprofundada por Bento Prado Jr -- radicalizam o sentido das noções de potência criadora e estrutura aberta da linguagem e, ainda, trazem à luz as implicações da teoria rousseauniana da linguagem para a compreensão das diferentes experiências da fala e da escrita na natureza, na sociedade, na política e na autodescrição.

 

Abstract:

The examination of language occupies a central place in the whole of Rousseau's thought while presenting a new theory of language. The new language of Rousseau, the object of analysis of this work is the consideration of non-presence of the open structure and the creative power of language. The non-presence, the consideration that the language was not born in nature and at the same time, there is a social institution, reveals a novel solution to the problem of Rousseau the origin of language. Since the notions of open structure and creative power back to the central role of language in explaining the history and anthropology Rousseau. In hisEssay on the Origin of Languages and the second Discourse, Rousseau revisits the discussion anthropological and historical perspective of the anti-man and also resumes the problem of time - leaving the state of nature, and the appearance of becoming - as the history of languages. The paper also discusses the dual theory, the centrality of Rousseau and the novelty of the study of language and incorporates interpretations of Derrida and Bento Prado Jr. The concept of supplementarity derridariano and design nuclear rhetoric - enunciated by Derrida and deepened by Bento Prado Jr - radicalize the meaning of the notions of creative power and open structure of language, and also bring to light the implications of Rousseau's theory of language to understand the different experiences of speaking and writing on nature, society, politics and self-description.

Recebido em 06/2012

Aprovado em 03/2013

 

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Publicado

01-08-2013