JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO E PROCESSOS DE TRANSIÇÃO - ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA URUGUAIA (1985-2005)

Autores

  • Pedro Ivo Teixeirense Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Uruguai, História Recente, Justiça de Transição,

Resumo

Este trabalho pretende apresentar alguns aspectos acerca da inter-relação entre os modelos de justiça de transição e os processos de transição para o regime democrático, que ocorreram a partir de meados da década de 1980, por meio do estudo dos processos que ocorreram no Uruguai. Ao longo dos séculos, o surgimento de novos regimes políticos ou a mudança paradigmática das concepções de justiça implicou processos transicionais, muitas vezes incompletos. No século passado, por intermédio da constatação de violações massivas dos Direitos Humanos, que foram perpetradas ao longo das décadas de 1930 e 1940, começa a tomar corpo uma dada noção contemporânea de justiça transicional. Em essência, os processos de justiça de transição são entendidos como um acerto de contas com o passado após experiências autoritárias. Esses processos apresentam, de forma geral, em consonância com boa parte da literatura especializada, quatro dimensões básicas. Essas dimensões podem ser agrupadas da seguinte forma: I) a reparação; II) o direito à verdade e à memória; III) o reestabelecimento do Estado democrático de direito e IV) a reestruturação das instituições estatais que perpetraram violações das normas de Direitos Humanos.

Biografia do Autor

Pedro Ivo Teixeirense, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando em História pelo PPGHIS-UFRJ, Bolsista CAPES.

Referências

ACHARD, D. La transición en Uruguay. Montevideo: Instituto Wilson Ferreira Aldunate, 1989.

ACHUGAR H., CAETANO G. (eds). Identidad uruguaya: mito, crisis o afirmación.

Montevideo: Ediciones Trilce, 1992.

AGUIAR C., CANZANI A., et al., La migración del retorno: reinserción laboral de los migrantes de retorno al Uruguay. El retorno y las respuestas de la sociedad uruguaya. Montevideo: FCU-CIEDUR, 1990.

ALLIER MONTAÑO, Eugenia. Batallas por la memoria: los usos políticos del pasado reciente en Uruguay. México: UNAM, Instituto de Investigaciones Sociales; Montevideo: Ediciones Trilce, 2010.

AMILIVIA, S. Democratización y reencuentro: realidade, ilusión y efectos ideológicos. Montevideo: Comisión por el reencuentro de los Uruguayos, 1986.

BASS, Gary. Stay the hand of vengeance: the politics of War Crimes Tribunals. Princenton University Press, USA, 2001.

BICKFORD, Louis, “Transitional Justice”, in: The encyclopedia of Genocide and crimes against Humanity. Macmillan Reference USA, 2004, Vol. 03, p. 1045-1047.

BLIXEN, S. El vientre del Cóndor: del archivo del terror al caso Berríos. Montevideo: Ediciones Brecha, 2000.

BLOCHE, M.G. “Uruguay ́s Military physicians. Cogs in a system of state terror”, in Journal of the American Medical Associaition 20, Mayo 23/30, p. 2788-2793.

BRITO, Alexandra Bahaona de. Justiça transicional e a política da memória: uma visão global. in: Revista Anistia Política e Justiça de Transição, Brasília, n. 1, p. 56-83, jan./jun. 2009.

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

BUCHELI, G., CURTO, V., SANGUINETTI, V., (Coords.) Vivos los llevaron... Historia de la lucha de Madres y familiares de Uruguayos detenidos desaparecidos (1976-2005). Montevideo: Ediciones Trilce, 2005.

BURT, Jo-Marie; LESSA, Francesca & AMILIVIA, Gabriela Fried, “Civil Society and the Resurgent Struggle Against Impunity in Uruguay (1986–2012),”in: International Journal of Transitional Justice (March 2013): 8.

CAETANO, G. “Verdad, memoria y democracia”, in Madres y familiares de uruguayos detenidos desaparecidos, la memoria y el futuro: Comisiones de la Verdad em la experiência internacional. Montevideo: Editado por Madres y familiares de uruguayos detenidos desaparecidos, p.25-41, 2002.

_________, Uruguay hacia el siglo XXI: Identidad, cultura, integración, representación. Montevideo: Ediciones Trilce, 1994.

CAETANO, G., RILLA, J., Breve historia de la ditadura. Montevideo: EBO-CLAEH, 1989.

CAMPODÓNICO, M.A. Antes del silencio. Bordaberry, memorias de um presidente uruguayo. Montevideo:Linardi y Risso, 2003.

CANZANI, A. “Restauración democrática y opinión pública en el Uruguay”, Revista uruguaya de Ciencia Política (3), Montevideo, p. 9-17, 1989.

CASTAGNOLA, J.L., MIERES, P. La ideología política de la dictadura. Montevideo: EBO, 1988.

CLARK, Ann Marie. Diplomacy of conscience: Amnesty International and changing human rights. Princenton University Press, USA, 2001.

DELGADO M.M, RUIZ M., ZIBECHI, R., “Para que el pueblo decida. La experiencia del referéndum contra la Ley de impunidad en Uruguay (1986-1989), Disponible en , 1999.

DEMASI, C. “Cuales dos demonios?”, Memorias (1) Disponible en

..

FICO, Carlos. Como eles agiam. Rio de Janeiro: Record, 2001.

GRANT, Ruth; KEOHANE, Robert O. Accountabilitty and abuses of power in world politics. American Political Science Review, Vol. 99, No 1, February, 2005

GROPPO. B., “Traumatismos de la memoria e imposibilidad del olvido en Cono Sur”, en

GROPPO, B., FLIER, P. (eds). La imposibilidad del olvido. Recorridos de la memoria en

Argentina, Chile y Uruguay. Buenos Aires: Ediciones Al Margen-BDIC, p.19-42, 2001.

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

LÓPEZ, Chirico. S. “Investigación histórica y recuperación de la memoria sobre el pasado reciente: sobre aportes y omisiones”, em Revista Educación y Derechos Humanos. Cuadernos

para Docentes XI. Montevideo: Serpaj, p 3-5, 2000.

MARCHESI, Aldo. “Guerra o ‘terrorismo’ de Estado? Recuerdos enfrentados sobre el pasado reciente”, en JELIN, E. (ed). Las conmemoraciones: las disputas en las fechas ‘in-felices’. Buenos Aires: Siglo XXI, p.101-147, 2002.

MINOW, Martha. Beetween vengeance and forgiveness: facing history after genocide and mass violence. London: Beacon, 1999.

PAYNE, L. A.; ABRÃO, P.; TORELLY, M. D. (Org.). A anistia na era da 0responsabilização: o Brasil em perspectiva internacional e comparada. Brasília: Ministério da Justiça; Oxford, UK: University of Oxford, 2011.

PERELLI, C. & RIAL, J. De mitos y memorias políticas. La represión, el miedo y después. Montevideo: EBO, 1986.

RILLA, J. La actualidad del pasado. Usos en la política de partidos del Uruguay. Montevideo: Debates, 2008.

ROUSSO, Henry. A memória não é mais o que era. In: FERREIRA, Marieta e AMADO, Janaína. Usos e Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996.

SOARES, Guido F da Silva. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: Atlas, 2004.

VIÑAR, M., Fracturas de memoria: crónicas para una memoria por venir. Montevideo: Ediciones Trilce, 1993.GRANT, Ruth; KEOHANE, Robert O. Accountabilitty and abuses of power in world politics. American Political Science Review, Vol. 99, No 1, February, 2005

GROPPO. B., “Traumatismos de la memoria e imposibilidad del olvido en Cono Sur”, en GROPPO, B., FLIER, P. (eds). La imposibilidad del olvido. Recorridos de la memoria en Argentina, Chile y Uruguay. Buenos Aires: Ediciones Al Margen-BDIC, p.19-42, 2001.

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

LÓPEZ, Chirico. S. “Investigación histórica y recuperación de la memoria sobre el pasado reciente: sobre aportes y omisiones”, em Revista Educación y Derechos Humanos. Cuadernos para Docentes XI. Montevideo: Serpaj, p 3-5, 2000.

MARCHESI, Aldo. “Guerra o ‘terrorismo’ de Estado? Recuerdos enfrentados sobre el pasado reciente”, en JELIN, E. (ed). Las conmemoraciones: las disputas en las fechas ‘in-felices’. Buenos Aires: Siglo XXI, p.101-147, 2002.

MINOW, Martha. Beetween vengeance and forgiveness: facing history after genocide and mass violence. London: Beacon, 1999.

PAYNE, L. A.; ABRÃO, P.; TORELLY, M. D. (Org.). A anistia na era da responsabilização: o Brasil em perspectiva internacional e comparada. Brasília: Ministério da Justiça; Oxford, UK: University of Oxford, 2011.

PERELLI, C. & RIAL, J. De mitos y memorias políticas. La represión, el miedo y después. Montevideo: EBO, 1986.

RILLA, J. La actualidad del pasado. Usos en la política de partidos del Uruguay. Montevideo: Debates, 2008.

ROUSSO, Henry. A memória não é mais o que era. In: FERREIRA, Marieta e AMADO, Janaína. Usos e Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996.

SOARES, Guido F da Silva. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: Atlas, 2004.

VIÑAR, M., Fracturas de memoria: crónicas para una memoria por venir. Montevideo: Ediciones Trilce, 1993.

Downloads

Publicado

2021-07-26