NARRATIIVAS DO MEDO: CENAS COTIDIANAS DA EPDIDEMIA DE CÓLERA NA PROVÍNCIA DE ALAGOAS (1855-1882)
Palavras-chave:
província de Alagoas, epidemia, cólera.Resumo
As investigações sobre a epidemia de cólera tiveram um grande número de produções acadêmicas na década de 1990, algo que influenciou vários pesquisadores das gerações seguintes. Tratava-se de uma historiografia voltada para descrever o vasto movimento da doença durante o século XIX e que buscou compreender não só o impacto da epidemia, mas também entender o flagelo e a busca pela cura. Desta maneira, a proposta deste artigo é investigar como ocorreu a entrada da epidemia de cólera na província de Alagoas, desvendando o medo coletivo presente nesse momento e o quadro caótico causado por esse acontecimento. Abordaremos também as ações tomadas pelas autoridades provinciais naquele momento, identificando a concepção epistemológica em que os médicos higienistas se embasavam, observando, por meio do paradigma indiciário, os indícios e pormenores da prática higienista.
Referências
ALMEIDA, Luiz Sávio de. Alagoas nos Tempos do Cólera. São Paulo, Escrituras Editora,
ARIÈS, Philippe. História da morte no ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
MCNEILL, William. Plagues and peoples. New York: Anchor Books, 1971.
CORBIN, Alan. Saberes e odores. O Olfato e o Imaginário Social nos Séculos XVIII e XIX.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
COSTA, Craveiro. Maceió. Maceió: DAC, 1981.
___________; CABRAL, Torquato. Indicador Geral do Estado de Alagoas. Maceió,
EDUFAL, 2016.
DEL, Priore Mary. Histórias da Gente Brasileira: Império, v. 2. São Paulo: Leya, 2016.
DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente: 1300-1800, uma cidade sitiada. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
DIEGUES, Junior, Manuel. O Banguê nas Alagoas – traços da influência do sistema
econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional. 3ª ed. Maceió: EDUFAL, 2006.
ESPÍNDOLA, Thomas do Bom-Fim. Geografia Alagoana ou descrição física, política e
histórica da Província das Alagoas. 2ª ed. Maceió: Edições Catavento, 1871.
FARIAS, Rosilene Gomes. O Khamsin do deserto: cólera e cotidiano no Recife (1856). 2007.
Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2007.
FRANCO, Sebastião Pimentel. Pânico e terror: a presença da cólera na Província do Espírito
Santo (1855-1856). Almanack [online], n.7, p.117-136, jan./jun, 2014. Disponível em:
<https://www.scielo.br/pdf/alm/n7/2236-4633-alm-07-00117.pdf>. Acesso em: 20 out. 2020.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 11ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1997.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: Morfologia e História. São Paulo: Companhia
das Letras, 1990.
KODAMA, Kaori; et al. Slave mortality during the cholera epidemic in Rio de Janeiro a
preliminar analysis. (1855-1856): História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro,
v.19, supl., dez. 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702012000500005>.
Acesso em: 18 out. 2020.
MARTINS, Hévila de Lima. Lazareto de Jacarecanga e da Lagoa Funda: varíola, poder e
assistência na cidade de Fortaleza (1820-1880). 2013. Dissertação (Mestrado) Universidade
Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em História, Fortaleza (CE), 2013.
MONTEIRO, Rocha Marcia; ANDRADE, Fernando de Gomes. A saúde pública em Alagoas
no Brasil Império: caminhos e descaminhos. Maceió: EDUFAL, 2013.PIMENTA, Tânia Salgado. Doses infinitesimais contra a epidemia de cólera em 1855. In:
NASCIMENTO, Dilene Raimundo do; CARVALHO, Diana Maul de (Org.). Uma história
brasileira das doenças. Brasília: Paralelo 15, 2004.
SANTOS, Luiz Antônio de Castro. Um século de cólera: itinerário do medo. Physis [online].
v.4, n.1, p. 79-110, 1994. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/physis/v4n1/05.pdf>.
Acesso em: 20 out. 2020.
__________________. As filhas da peste: fome, morte e orfandade. Sergipe, 1855-1856.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Aracaju, v. 1, p.25-48, 2009.
SNOW, John. Sobre a Maneira de Transmissão do Cólera. São Paulo, HUCITEC, 1991.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade e não refletem a opinião da Ars Historica.