DA IBYAPABA AO CANINDÉ, ALCANÇANDO O PARNAHIBA: A PENETRAÇÃO NO SERTÃO E A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO COLONIAL DO PIAUÍ (XVII E XVIII)

Autores

  • Pedrina Nunes Araújo Universidade Estadual do Piauí

Palavras-chave:

Colonização, Espaço, Capitania do Piauí, Bispado.

Resumo

Estudos demonstram que a formação do território colonial na América Portuguesa foi complicada e conflituosa. Este artigo tem como objetivo entender a complexa ocupação do Piauí durante os séculos XVII e XVIII, que resultou na igualmente complexa formação de uma malha diocesana. Dessa forma, é importante analisar os efeitos dos contatos estabelecidos entre a Coroa Portuguesa e suas colônias na América. É necessário também compreender os procedimentos das ocupações coloniais realizadas pelos Estado do Brasil e do Maranhão naquele contexto. Junto à Cronologia Histórica do Piauí, de Francisco Pereira da Costa, identificamos registros administrativos de atos realizados pela Coroa. Essas ações fundamentam uma discussão sobre o conflito da colonização e ocupação do Piauí, bem como a influência direta na construção do território temporal e também espiritual. Como consequência dessa política, ocorreram disputas de fronteiras entre os dois Estados, inflamadas pelas autoridades locais. Por interesse da Coroa, foi ordenado o estabelecimento da jurisdição do Piauí anexada ao Estado do Maranhão. Vale ressaltar a necessidade do avanço nos estudos sobre a atuação dos episcopados e dos bispos na formação do território colonial. Devemos entendê-los como verdadeiros agentes admistrativos da monarquia na América Amazônica.

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Biografia do Autor

Pedrina Nunes Araújo, Universidade Estadual do Piauí

Mestre em História do Brasil, Professora Assistente I da Universidade Estadual do Piauí (UESPI-CAMPUS/OEIRAS-PI), doutoranda pela Universidade Federal do Maranhão no Programa em História e Conexões Atlânticas

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Publicado

2022-08-31