DO MAR AO SERINGAL: OS CRONÔMETROS DE PRECISÃO DO OBSERVATÓRIO NACIONAL E O PLANO DE DEFESA DA BORRACHA (1909-1916)
Résumé
O objetivo deste artigo é analisar a utilização de conhecimentos meteorológicos no contexto do Plano de Defesa da Borracha na década de 1910, utilizando os cronômetros de marinha, números 1087 de F. L. Löbner e 1485 de T.S. & J.D. Negus, como objeto de estudo. A metodologia adotada baseia-se no paradigma indiciário e na análise qualitativa dos dados dos cronômetros presentes no Arquivo de História da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins. Esses instrumentos eram essenciais para garantir a precisão das observações meteorológicas, sendo remetidos da Estação Experimental para a Cultura da Seringueira, no Amazonas, para a Diretoria de Meteorologia e Astronomia no Rio de Janeiro. A crise na economia brasileira, somada à Primeira Guerra, impactou a manutenção e aquisição de equipamentos, levando à desmontagem das estações experimentais. Os cronômetros de marinha foram utilizados em atividades diversas dada sua resistência às variações climáticas. A análise da cultura material destes instrumentos possibilita reflexões sobre a produção de conhecimento científico no século XX e suas implicações atuais, destacando o papel social da ciência e suas influências nas políticas públicas e práticas científicas. Tais artefatos fornecem um panorama histórico para repensar dinâmicas de produção de conhecimento e suas repercussões na contemporaneidade.
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