Apolo amante elegíaco das Metamorfoses de Ovídio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17074/cpc.v1i44.53464

Palavras-chave:

Apolo, Elegia, Metamorfoses

Resumo

Apresentamos, neste artigo, uma abordagem dos temas elegíacos amorosos presentes na obra Metamorfoses, do poeta Ovídio, precisamente os que envolvem a presença do deus Apolo. Ao longo do poema épico ovidiano, o deus aparece, de modo recorrente, a enfrentar as mesmas dificuldades das relações amorosas vivenciadas pelos sujeitos poéticos da geração de poetas elegíacos latinos anteriores, a saber, Tibulo e Propércio. Deste modo, nossa investigação analisa como os diversos lugares-comuns estão relacionados à poesia elegíaca latina por meio de referências intertextuais, estabelecidas pelo próprio autor. Além disso, as análises mostram que o deslocamento de Apolo para um papel de amante elegíaco é construído por Ovídio de modo a fixar a etiologia desses temas, isto é, suas causas, como se Apolo tivesse sido um amante elegíaco antes mesmo dos demais seres ou, ao menos, dividindo com eles seus prazeres, sofrimentos e desgostos. Veremos, por fim, como este deus representa a gênese dos temas elegíacos.

Biografia do Autor

Ana Thereza Basilio Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui Bacharelado e Licenciatura em Letras Português-Latim pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), Bacharelado em Letras Português-Italiano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), Mestrado em Letras (Letras Clássicas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Letras (Letras Clássicas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999). É Professora Associada de Língua e Literatura Latina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro efetivo do Programa de Estudos em Representações da Antiguidade (Proaera) e coeditora da Codex - Revista de Estudos Clássicos.

Luiz Pedro da Silva Barbosa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduações em Letras - Português/Latim e Língua e Literatura Grega, ambas pela Universidade Federal Fluminense (2013). Tem mestrado em Estudos de Linguagem Pela Universidade Federal Fluminense (2016). É membro de dois grupos de pesquisa: Centro de Estudos Interdisciplinares da Antiguidade (CEIA) e O Texto Latino : abordagens linguísticas, históricas e literárias. Tem experiência nas áreas de Letras Clássicas e Linguística, com ênfase em Língua Latina, atuando principalmente nos seguintes temas: transitividade, relações sintáticas e morfologia histórica

Referências

Obras modernas

BRANDÃO, J. S. Mitologia grega. Vol 2. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.

BRUNNER, T. Deinon vs. eleeinon: Heinze Revisited. The American Journal of Philology. Vol. 92, No. 2, 1971, p. 275-284.

COPLEY, F. O. Servitium amoris in the Roman Elegists. Transactions and proceedings of the American Philological Association. Vol. 78, 1947, pp. 285-300.

HARVEY, P. The Oxford Classical dictionary. New York: Oxford University Press, 1970.

HEINZE, R. Ovids elegische Erzählung. Leipzig: Teubner, 1919.

HINDS, S. The metamorphosis of Persephone: Ovid and the self-conscious Muse. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.

KEITH, Alison. Sources and genres in Ovid's Metamorphoses 1-5. In: BOYD, Barbara (Org.). Brill’s companion to Ovid. Leiden; Boston; Koln: Brill, 2002, p. 235-269.

LYNE, R. O. A. M. Servitium amoris. The Classical Quarterly. New series. Vol. 29, No. 1, 1979, p. 117-130.

MAYOR, J. M. B. Power play in Latin love elegy and its multiple forms of continuity in Ovid’s Metamorphoses. Berlin: De Gruyter, 2017.

NICOLL, W. S. M. Cupid, Apollo, and Daphne (Ovid, Met. 1. 452 ff.). The Classical Quarterly. New series. Vol. 30, No. 1, 1980, p. 174-182.

OTIS, B. Ovid as an epic poet. Cambridge: Cambridge Unversity Press, 1966.

PÖSCHL, V. Kephalos und Prokris in Ovids Metamorphosen. Hermes, Vol. 87, No. 3, 1959, p. 328-343.

SHARROCK, A. R. Womanufacture. The Journal of Roman studies, Vol. 81, 1991, p. 36-49.

TREVIZAM, M. Militia amoris em Amores 1.9 e na Ars amatoria 2.233–248 ovidiana: identidade ou paralelismos? Letras Clássicas, No. 10, 2006, p. 139-156.

Obras antigas

CATULO. Carmina. Tradução de José Pedro Moreira e André Simões. Lisboa: Livros Cotovia, 2012.

HORÁCIO. Arte poética. Introdução, tradução e comentário de R. M. Rosado Fernandes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012.

OVÍDIO. Metamorfoses. Tradução, introdução e notas Domingos Lucas Dias. São Paulo: Editora 34, 2017.

PROPÉRCIO. Elegias de Sexto Propércio. Organização e tradução de Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

TIBULO. Poemas. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Lisboa: Livros Cotovia, 2015.

VIRGÍLIO. Eneida. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Organização, apresentação e notas de João Angelo Oliva Neto. São Paulo: Editora 34, 2014.

Downloads

Publicado

19-04-2023

Edição

Seção

Artigos