Medeia: o fogo abrasador do amor à ruína
DOI:
https://doi.org/10.17074/cpc.v1i46.56563Parole chiave:
Medeia, Eros, fogo, violência, simbologia.Abstract
Medeia, a bruxa da Cólquida, é um importante personagem da mitologia grega, que atravessa o tempo sendo encarada como uma mulher de personalidade implacável e feitos atrozes. Retratada tanto nas Argonáuticas de Apolônio de Rodes (2021), quanto na Medeia de Eurípides (2010) como uma mulher de inteligência superior e saberes únicos, Medeia tem seu destino ligado a Jasão através de Eros e o amor que este imputa a princesa colca carrega a sina de dores jamais vivenciadas com traços violentos e ardentes. Com isso, este trabalho apresenta uma análise sobre a ação e manifestação de Eros na jornada de Medeia, lançando olhar sobre a simbologia do fogo – como também o campo semântico que a circunda – com o objetivo de evidenciar as violências sofridas e efetuadas por Medeia resultantes do dardo de Eros, O flagelo dos homens. A pesquisa possui caráter qualitativo e sob amparo da Literatura Comparada, pretende alinhar o estudo do mito, das simbologias e da violência centrando-se na personagem Medeia cunhada por Eurípides em sua peça homônima e por Apolônio de Rodes nas Argonáuticas. Verificou-se que a seta eleita por Eros para atingir Medeia é como o próprio deus arqueiro que ostenta um espírito sedutor, inevitável, abrasador, vingativo, violento, mortífero, etc. Assim sendo, as atitudes de Medeia também são. Enquanto está sob a maldição do amor, Medeia propaga o fogo de Eros. Contudo, quando seu amor é menosprezado e ela se vinga aniquilando todo e qualquer laço com o amado, concluímos que a maldição é quebrada e Medeia restitui sua dignidade e autocontrole.Riferimenti bibliografici
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