Sobre a Revista
A Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas se propõe a ser um espaço de divulgação de produções científicas que têm como ponto de partida as cosmopercepções de povos originários e de comunidades tradicionais. Temos visto um notável aumento no acesso de pessoas dessas comunidades à academia e aos espaços de produção científica e tecnológica. Contudo, ainda com grande dificuldade em fazer ciência e tecnologia a partir de suas bases epistemológicas próprias, partindo de seus próprios quadros teóricos e considerando como referência as personalidades de suas matrizes civilizatórias, uma vez que espaços acadêmicos e de produção e comunicação científica têm se baseado nos princípios, métodos e lógicas científicas propostas pela matriz civilizatória ocidental, profundamente marcadas pela hegemonia do pensamento euroestadunidense e seus modos organizativos da vida e dos saberes. Tais modos têm, historicamente, construído uma relação com modos de vida originários com muitas contradições: ao mesmo tempo que se mostram pouco amistosos para com povos e comunidades tradicionais, classificando seus conhecimentos como saberes não científicos, demonstram profundo interesse em conhecê-los e categorizá-los; ao mesmo tempo que promovem práticas epistemicidas e avançam na sua desterritorialização, não cansam de adentrar seus territórios para tê-los como sujeitos de suas pesquisas; ao mesmo tempo que não considera conhecimentos originários como ciência e tecnologia, se apropriam de muitas tecnologias e conhecimentos que, mais tarde, serão divulgados pela academia como descobertas, criações e inovações.
Sendo assim, se faz importante criar e fortalecer espaços de produção tecnocientífica que não sejam marcados por essas contradições, onde povos originários podem ser protagonistas de produção científica – não mais apenas sujeitos de pesquisa –, onde seus saberes orgânicos sejam reconhecidos como conhecimentos científicos e tecnológicos, onde se possa utilizar de seus próprios métodos de investigação, independentemente das iniciativas de validação ocidentais.
Os esforços da desobediência epistêmica e da luta contra o racismo e contra o colonialismo, devem passar pelo desafio de tornar mais diversas as matrizes sobre as quais se sustentam as produções científicas e tecnológicas. Foi pensando nisso que o grupo de pesquisa interdisciplinar em ciências e tecnologias africanas, indígenas e diaspóricas (G PI), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, criou a Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas, como forma de promover e divulgar ciência e tecnologia de matrizes originárias, amenizando a lacuna de espaços de divulgação de produções científicas e tecnológicas dessas matrizes. Acreditamos que a Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas vem somar aos esforços já em prática em prol de justiça histórica e cognitiva para com povos originários e comunidades tradicionais e seus descendentes, especialmente no âmbito da ciência e da tecnologia.
A grafia do nome da revista é com y que, na tradição de algumas línguas indígenas, como o Tupy-Guarany, é vogal sagrada. Sua utilização na escrita em português expressa o manifesto, uma demarcação indígena na língua do colonizador, conforme defende o multiartista indígena potiguara Juão Nyn.
Missão: publicar e divulgar produções científicas e tecnológicas que têm como matriz epistemológica as cosmopercepções de povos originários e de comunidades tradicionais.
Visão: ser um espaço atualizado de produção e divulgação científica e tecnológica na perspectiva de matrizes civilizatórias originárias, e também plataforma de engajamento na luta contracolonial, contra o racismo e contra o genocídio e epistemicídio de povos originários e comunidades tradicionais.
Valores
Ciências e Tecnologias Originárias. Se refere a processos de investigação, de produção e disseminação de conhecimento, que partem da lógica epistemológica de povos originários e comunidades tradicionais. Tais povos e comunidades têm uma forma própria de explicar o mundo, produzir ciência e tecnologia e de disseminar conhecimentos, que se diferem em muitos aspectos, inclusive em métodos, da lógica tecnocientífica do ocidente. Nosso foco não é discutir se é uma outra ciência ou uma forma distinta da convencional de se comunicar ciência. Nosso foco é publicar artigos que tratem conhecimentos originários como conhecimentos tão científicos e tecnológicos quanto os conhecimentos ocidentais. A ciência ocidental pressupõe sua lógica e seus métodos como universais, o que acaba dificultando a visualização e entendimento da diversidade de matrizes tecnocientíficas que o mundo conheceu e que, hoje, ainda conhece. Essa dificuldade culminou em um entendimento de que as produções na lógica científica do ocidente integram o conhecimento, e que as produções originárias integram saberes. Nomear ciências e tecnologias originárias se torna, então, uma forma, inclusive, de subverter essa lógica discriminatória de classificar e graduar formas de conhecimento e de subalternizar conhecimentos científicos e tecnológicos originários.
Bem-viver. Nos referimos a bem-viver como a ética de povos originários das Américas, que tem compromisso com todas as formas de vida em integração com o tempo e com os ciclos naturais do universo. Todo conhecimento produzido aqui deve ter compromisso com essa ética, que garante o equilíbrio e a manutenção da vida no mundo. Acreditamos que o conhecimento utilizado fora dessa ética pode provocar perturbações que podem se tornar ameaça à vida como um todo. Esta ética traz em seu âmago valores como unidade e equidade, não só com populações humanas, mas também com todas formas de vida, orgânica e inorgânica, material e imaterial, que se manifeste em qualquer seção do tempo. Outros modelos de ética poderiam ser evocados, como modelos de origem africana, que confluem muito bem com a ética do bem-viver, como o que representa o provérbio citado no antigo Kênia: “Trate bem a terra. Ela não foi doada a você pelos seus pais. Ela foi emprestada a você pelos seus filhos”. Tal princípio evoca compromisso com a vida de ontem, de hoje e que ainda virá.
Saberes orgânicos. Um dos principais nomes que disseminaram a ideia de saberes orgânicos foi Nego Bispo, que explicava que “saberes orgânicos são os que nos envolvem; é o saber do ser. E os saberes sintéticos são os que desenvolvem; é o saber do ter. O preço do saber sintético é o ter, e o ter sem medida. O preço do saber orgânico é a vida; o saber orgânico é a própria vida”. Esta ideia nos convida a pensar a produção de conhecimento para além de uma lógica utilitarista e mercadológica, estabelecendo compromisso com a existência, com os processos de construção de corpo, identidade e pertencimento, e de integração das formas de vida. Saberes orgânicos definem muito bem as bases teóricas das produções que publicamos.
Contracolonialidade. Se refere à ação contra a colonialidade empreendida por povos originários e comunidades tradicionais. Ação esta que nasce no seio dos modos de vida e cosmopercepções originárias. Segundo Nego Bispo, é a luta de povos indígenas e quilombolas. É a nominação que ele utilizava para se referir à trajetória de resistência desses povos, que remete, inclusive, ao tempo das primeiras investidas de colonização. Não se refere a uma teoria em si, mas sim a trajetórias, vivências e memórias desses povos.
Desobediência Epistêmica. Se refere à “oposição interna aos conceitos modernos e eurocentrados, enraizados nas categorias de conceitos gregos e latinos e nas experiências e subjetividades formadas dessas bases, tanto teológicas quanto seculares” (Mignolo, 2008). Para Sulamita Rosa, a desobediência epistêmica implica em adotar referências negras, indígenas e de pessoas LGBTQIA+ antirracistas, cujas produções possibilitem pensar em mudanças no mundo. Mundo este que é centrado, pensado e preparado para a figura do senhor do ocidente. Qualquer existência que se diferencie da figura do senhor do ocidente está sujeita a ser a outra, a outridade e, assim sendo, está sujeita a ser subalternizada. Essa subalternização só existe na lógica das relações pela perspectiva do ocidente. A desobediência epistêmica nos convida, também, a conhecer e revigorar nossos próprios modelos de grandeza, nossa força de autonomia; a “reivindicar nossos hábitos de soberania” (Oyēwùmí, 2024). Convidamos ao exercício dessa autonomia e dessa soberania nas nossas produções científicas e tecnológicas, pensadas a partir do exercício da existência livre, por si mesme: ser indígena, ser quilombola, ser negre, ser ribeirinhe, cigane na sua máxima potência, como autories de si mesmes, sem inserir branquitude nessa existência, como Oyèrónké Oyēwùmí nos provoca a pensar.
Ética. Nos guiamos pelos princípios de Ma’at e pela ética do bem-viver e buscamos que as nossas publicações estejam alinhadas a esses princípios quanto aos propósitos, métodos e aplicações de conhecimento.
Excelência científica. Reforçamos nosso compromisso em construir uma ambiência de excelência e de integridade para divulgação de produções nos campos das ciências e tecnologias originárias. Nossos modos de vida tradicionais e nossos modos endógenos de agir e de ser no mundo assim nos exigem: tudo que fizermos, fazer com amor, com integridade e com excelência. Assim nos ensinaram nosses antepassades.
Diversidade. Temos compromisso com a diversidade, entendida aqui na sua forma mais ampla, incluindo diversidade racial, étnica, de gênero, de sexualidade, de território, de idade, de instrução e letramento, de cultura, de religiosidade e crença, de corporalidade. Para que isso funcione, precisamos buscar construir um espaço acolhedor, seguro e livre das opressões que, no convívio social mais amplo, nos atingem. Isso significa estarmos atentes à manifestação, em nosso convívio e em nossas produções, de: machismo, misoginia, sorofobia, gordofobia, LGBTQIAPNfobia, capacitismo, aporofobia, etarismo, racismo, xenofobia, entre outras opressões. Nossa atenção deve ser dinâmica, em múltiplas dimensões, inclusive na língua falada e escrita. Nesta premissa, utilizamos linguagem neutra em nosso site, nossas comunicações e instruções. Autories podem optar pelo uso ou não da linguagem neutra em seus artigos.
Transparência e acesso aberto. Reforçamos nosso compromisso com o exercício da transparência em todas as etapas do processo editorial, bem como com a disponibilização de acesso aberto e irrestrito a nossas publicações.
Foco e Escopo
A Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas publica artigos produzidos sob a concepção tecnocientífica de matrizes epistemológicas originárias, tendo como escopo os saberes orgânicos de povos originários e de comunidades tradicionais. Recebemos artigos que abordem: a) povos originários, suas cosmopercepções, historiografias, ciências e tecnologias; b) comunidades tradicionais, suas cosmopercepções, suas historiografias, ciências e tecnologias; c) gênero e sexualidade nas cosmopercepções originárias e tradicionais; d) diásporas; e) corpo, território, cultura e identidade; f) sistemas tradicionais de medicina; g) confluências e tensões entre os modos de vida tradicionais e os modos de vida ocidentais; h) modelos organizativos, políticos e democráticos de povos originários; i) relação com a terra e formação de territórios; j) artes; k) culturas alimentares; l) sobrevivência e resistência de povos originários e comunidades tradicionais em espaços urbanos; m) relações étnico-raciais e racismo; n) soberania, direito e relação com o Estado; o) modelos originários de ética, política e democracia; p) ancestralidade.
Valorizamos os estudos feitos a partir das abordagens teórico-metodológicas originárias, como as metodologias africanas de pesquisa e as metodologias indígenas de pesquisa, por exemplo, e sua confluência com os métodos convencionais de pesquisa do ocidente.
Política Editorial
Nossa política editorial tem compromisso com a contracolonialidade, com a desobediência epistêmica da lógica hegemônica de produção e divulgação científica, e com a divulgação científica e tecnológica de matrizes originárias.
Qualquer pessoa pode submeter trabalhos à revista, informando nome completo e filiação. A filiação pode ser de instituições de ensino e pesquisa; órgãos da administração pública; organizações, associações e comitês de comunidades tradicionais e de povos originários; universidades autônomas e populares. Os artigos submetidos à Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas são de inteira responsabilidade des autories. Submissões simultâneas do mesmo material a este e a outros periódicos não são permitidas.
A Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas conta com Conselho Editorial atento a manter atualizada sua política, capaz de atuar em casos omissos à sua política e sensível às questões dos territórios originários e tradicionais. Quaisquer questões não apontadas nas orientações, ou quaisquer necessidades des autories não satisfeitas pela nossa política, devem ser levadas a este Conselho para análise e decisão.
Nós incentivamos o acesso livre e irrestrito às ciências, por isso, todo o conteúdo da revista, exceto onde sinalizado ao contrário, está licenciado sob uma Licença Creative Commons tipo CC-BY 4.0. Orientamos aes autories que preparem seus trabalhos e materiais complementares para que estejam disponíveis em acesso aberto.
Para publicação na Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas, é necessário que ês autories providenciem a assinatura da declaração de responsabilidade e de cessão de direitos autorais (modelo está disponível aqui). Todes ês autories devem assinar a declaração.
Nós recebemos artigos: a) escritos em línguas originárias e traduzidos para o português; b) interpretados em língua brasileira de sinais (ou língua de sinais originária) com suporte de legenda em português, acompanhado de versão escrita em português; ou c) escritos unicamente em português. Os artigos devem apresentar resumo. O resumo em português é obrigatório. Resumos em línguas originárias são desejáveis, porém são opcionais. Resumos em línguas oficiais dos territórios europeu e estadunidense são opcionais. A versão em português dos textos e dos resumos pode ter como referência as variações utilizadas no Brasil ou em qualquer outro país da comunidade lusófona.
Fica sob a responsabilidade des autories a revisão ortográfica e gramatical dos textos, bem como as traduções, quando for o caso.
A Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas oferece acesso livre, irrestrito e gratuito às suas publicações, disponíveis em meio eletrônico. Sendo assim, qualquer pessoa pode visitar a página eletrônica da revista e, livremente, ler, baixar, copiar, imprimir e compartilhar nossas produções. A reutilização e distribuição é permitida e condicionada à devida citação da fonte e autoria. A reprodução total ou parcial, em qualquer meio de divulgação, deve ter a prévia autorização des editories da revista.
Incentivamos o compartilhamento dos dados gerados nas pesquisas que, contudo, não é obrigatório. Ês autories, caso assim o desejem, podem fazer o depósito dos dados de suas pesquisas em um repositório de acesso aberto de sua preferência. Para saber mais sobre o compartilhamento de dados em plataformas de repositório de dados, acesse: https://www.acessoaberto.usp.br/plataformas-de-repositorio-de-dados-um-primer/.
Ética em pesquisa
Adotamos os princípios de Ma’at e da ética do bem-viver em nossas produções e buscamos assegurar que as obras publicadas estejam alinhadas a esses princípios quanto aos propósitos, métodos e aplicações das pesquisas. É determinante que ês autories observem e atendam os princípios éticos estabelecidos na Declaração de Helsinki (publicada em 1964 e reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008 pela Associação Médica Mundial); além de atender às legislações específicas sobre ética em pesquisa do país onde a pesquisa foi realizada, atentes aos determinativos presentes nos códigos Civil e Criminal desses países.
É determinante, também, que ês autories atendam às normas de pesquisa com seres humanos e com animais, vigentes no Brasil, em especial as Resoluções 196/96, 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que tratam da ética em pesquisas com seres humanos, e a Lei 11.794, de 08 de outubro de 2008, que estabelece procedimentos para uso científico de animais. O atendimento a tais normativas independe da área de formação/atuação des autories. Os artigos referentes a pesquisas que envolveram seres humanos (e/ou animais) devem informar os procedimentos tomados para garantir o cumprimento dos princípios éticos, bem como evidenciar a aprovação do projeto por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e/ou por Comissão de Ética no Uso de Animais
(CEUA). Cabe destacar que, mesmo nos casos dispensados de submissão prévia a um Comitê de Ética, ês pesquisadories devem se comprometer a exercer suas atividades guiades por princípios de eticidade, observando, inclusive, os dispositivos do Código Civil e do Código Penal brasileiros.
É determinante, ainda, que ês autories atendam aos dispositivos e procedimentos específicos estabelecidos na Lei da Biodiversidade (Lei nº 13.123, de 5 de maio de 2015), aplicável a pesquisas que envolvam conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético, como no caso de produção de fármacos a partir dos conhecimentos de ervas para fins medicinais e dos métodos e técnicas de populações tradicionais, por exemplo.
O contato e acesso a comunidades tradicionais e povos originários requer postura ética por parte des pesquisadories, que devem respeitar as normas de convívio, de trabalho e de produção de conhecimento, específicas desses territórios. Em alguns casos, existem protocolos de consulta prévia produzidos para guiar pesquisadories interessados em desenvolver estudos, informando sobre como contatar e acessar a comunidade. É o caso do protocolo de consulta prévia da Tekoa Itaxi Mirim. Quando não existirem protocolos de consulta prévia específicos para a comunidade na qual ês autories desejam realizar suas pesquisas, recomendamos que sigam o passo a passo de consulta prévia estabelecido pela Tekoa Itaxi Mirim, adaptado ao contexto da comunidade em questão. Solicitamos que ês autories informem detalhes sobre sua relação com a(s) comunidade(s) presentes/citadas em suas pesquisas, como tempo de interação entre pesquisadories e comunidade(s) e como foi realizada a consulta prévia.
Ademais, recomendamos a leitura da “Cartilha dos direitos dos participantes de pesquisa”, elaborada pela CONEP (BRASIL, 2020), disponível em: https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/sobre-o-conselho/camaras-tecnicas-e-comissoes/conep/publicacoes/cartilha-dos-direitos-dos-participantes-de-pesquisa.pdf/view. Ela reúne informações sobre direitos des participantes de pesquisas que você precisará considerar ao propor um projeto.
Nossa política editorial tem compromisso com a autenticidade e veracidade das informações contidas nos artigos. Por isso, atuamos fortemente no combate à má conduta científica, à manipulação de dados, ao plágio e autoplágio, e à disseminação de informações falsas. Caso seja identificada alguma dessas situações durante o recebimento, análise editorial e avaliação por pares, o artigo será desconsiderado. Caso essas situações sejam verificadas após a publicação, será feita a retratação do artigo.
Outras Informações
Ês autories devem informar quanto a relações que podem resultar em conflitos de interesse financeiro e/ou de filiação. No caso de artigos que se referem a pesquisas financiadas, ês autories devem informar a fonte de financiamento e número de processo.
A designação de uma pessoa como autora requer a sua participação efetiva na elaboração, revisão e aprovação da versão final do artigo. Além disso, autories assumem publicamente plena responsabilidade sobre o conteúdo da publicação. No caso de pesquisas realizadas em territórios de comunidades tradicionais ou povos originários, ou com a participação de pessoas dessas comunidades (seja como pesquisadore, assistente de pesquisa, apoio, ou participante de pesquisa) é necessário que ao menos uma dessas pessoas seja citada como autora, independente de grau de instrução ou de filiação. A filiação, neste caso, poderá ser por associação, conselho, comitê representativo da comunidade, ou a própria comunidade, que pode ser considerada como espaço legítimo de produção de conhecimento. Orientadories de pesquisa podem ser citados como autories, desde que, para além do ato e da rotina de orientação, eles tenham exercido funções que caracterizam autoria, como: a) a concepção, delineamento e formalização da pesquisa; b) coleta e/ou análise e/ou interpretação dos dados; c) redação do artigo e/ou sua revisão crítica; e d) aprovação da versão a ser publicada.
No momento da submissão do artigo, todes autories devem preencher e assinar a Declaração de Responsabilidade e Cessão de Direitos Autorais.
Periodicidade das publicações regulares e extras
A periodicidade de publicação de números regulares é anual. Consideramos fluxo contínuo de recebimento e publicação de artigos. Assim, artigos com parecer favorável à publicação já ficam disponibilizados no site da revista, mesmo antes do fechamento do número. Números extras são publicados conforme os prazos estabelecidos em chamadas específicas.
A critério des editories, podem ser publicados números especiais que seguem o mesmo processo de submissão e avaliação dos números regulares. Além disso, autories podem enviar aes editories propostas de publicação de dossiês de pesquisa e de números temáticos especiais. Dossiês são publicações extensas sobre uma única pesquisa, que pode ser no formato de trabalho único (podendo se desdobrar em subtemas ou subtópicos, como capítulos), ou como um conjunto de artigos que se referem a sub-temas que contribuam para o alcance dos objetivos gerais da pesquisa. Dossiês servem, também, para análise evolutiva e comparativa de avaliações repetidas/reaplicadas ao longo do tempo, ou mesmo nos casos de estudos longitudinais, em que se queira publicar e compartilhar a memória de seguimento do estudo. Um dossiê não é a publicação de uma tese ou dissertação, já que estes são preparados com finalidades e regras específicas para conclusão de cursos de pós-graduação; dossiês estão mais para relatórios e comunicações de pesquisa. Dossiês servem, inclusive, como oportunidade para publicação de materiais complementares de pesquisa, como cadernos de campo, bancos de dados, registros de imagens e audiovisual, protocolos de pesquisa, dentre outros. Números temáticos especiais são publicações que reúnem trabalhos sobre um tema em específico, que são recebidos e avaliados por meio de chamadas especiais, fora do fluxo de recebimento de artigos para os números regulares da revista. Ês proponentes dos números especiais atuam como editories desses números e, embora o corpo editorial fixo da revista possa atuar na análise prévia dos materiais recebidos, são ês proponentes que ficam responsáveis por gerenciar os processos de revisão por pares e aprovação dos artigos.
Tanto para publicação de dossiês quanto para números temáticos especiais, é necessário a prévia submissão da proposta, por e-mail (cto.submissao@gmail.com), aes editories da Cyêncyas e Tecnologyas Orygynáryas, contendo: a) para dossiês: resumo da pesquisa; justificativa e impactos esperados da publicação; proposta de organização do dossiê (em temas, subtemas); proposta de organização de materiais complementares; declaração de conflitos de interesse; declaração de financiamento da pesquisa; declaração de atendimento às normas sobre ética em pesquisa e sobre conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético; informações sobre consulta prévia e protocolos atendidos (quando for o caso); sistema utilizado de citação e organização/apresentação das referências. A proposta será analisada peles editories e, caso aprovada, será acordado com ê proponente o prazo para envio do material que seguirá para análise de, pelo menos, cinco avaliadories, que emitirão parecer sobre o material, que poderá ser: considerado para publicação sem necessidades de correção; considerado para publicação, condicionado a revisão; não considerado para publicação. No caso de revisões, será dado prazo aes proponentes condizente com o teor das modificações necessárias, e o material revisado seguirá para avaliação peles mesmes avaliadories; b) para números temáticos especiais: tema proposto e justificativa da sua escolha; impactos esperados da publicação; editories proponentes com resumo biográfico e afiliação (pelo menos dois e no máximo cinco editories. No caso de números temáticos sobre uma comunidade em específico, ou sobre um território tradicional, é indispensável que uma pessoa dessa comunidade/território esteja entre ês editories); expectativa de quantidade de artigos a serem publicados no número; tipos de artigo que serão considerados no número especial; cronograma previsto (considerando divulgação da chamada, recebimento e análise prévia, revisão por pares, edição e publicação). A proposta será analisada peles editories e, caso aprovada, será divulgada no site da revista considerando o cronograma proposto. Editories do número temático especial podem criar peças específicas de divulgação da chamada de artigos, pedimos apenas que nos enviem as peças antes de serem divulgadas, para que as analisemos e aprovemos em conjunto.