Mercosul perante a pandemia: entre a divergência ideológica e a crise de governança regional.
DOI:
https://doi.org/10.51861/ded.dmvdo.2.m.005Schlagworte:
Covid-19, Governança regional, MercosulAbstract
A pandemia do Covid-19 chegou em um contexto de estagnação do Mercosul. Pelas divergências ideológicas entre os governos, não houve a capacidade de articular coerentemente uma resposta regional à pandemia. Em seus 30 anos, o Mercosul tem passado por tais contextos em variadas oportunidades, mas no último ano as condições para gerar consensos tem se enfraquecido como nunca. Tal situação é compartilhada por outras experiências regionais, o que tem levado a considerar à governança regional sul-americana em estado de crise. O artigo propõe analisar as respostas à crise sanitária dadas pelo Mercosul como instância para a construção de governança regional. Tem como hipótese que a divergência ideológica gerou uma sub exploração perante a pandemia das capacidades institucionais prévias do Mercosul. Propomos analisar o conteúdo das medidas tomadas pelo Mercosul seja no Conselho do Mercado Comum (CMC), quanto no subgrupo de trabalho do Grupo Mercado Comum (GMC) número 11 sobre Saúde (SGT nº11-Saúde), nas Reuniões Ministeriais de Saúde (RMS) e na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, Ordenamento Territorial, Habitação, Saúde e Meio Ambiente (CDS.OT.H.S.MA) do Parlasul; com o intuito de identificar as medidas conjuntas tomadas para gestionar a pandemia. O artigo avalia as decisões tomadas conjuntamente nas instâncias do Mercosul no período 2020-2021 e traça a maior parte das dificuldades encontradas em tais negociações. Finalmente, são esboçadas as conclusões da análise empírica que apontam a corroborar a hipótese de que a divergência ideológica intergovernamental contribuiu para aumentar a estagnação do Mercosul perante a emergência sanitária no contexto prévio de crise da governança regional sul-americana a partir de uma subutilização das capacidades institucionais do bloco. As instâncias institucionais analisadas não foram suficientemente exploradas para o melhor tratamento coletivo da crise gerada pela pandemia.
Downloads
Literaturhinweise
BARRENENGOA, A. C. De la unidad suramericana a la fragmentación regional: contradicciones en la UNASUR a partir de las políticas de los gobiernos lulistas y las tensiones con las clases dominantes. Conjuntura Austral, v. 11, n. 56, p. 77–93, 15 nov. 2020.
BARRETO, L. Entrevista com Andrés Malamud:Desintegração Regional –O fenômeno e seusimpactosna América do Sul. Agenda Política, p. 344–354, dez. 2020.
BRICEÑO RUÍZ, J.; MORALES, I. (EDS.). Post-hegemonic regionalism in the Americas: toward a Pacific-Atlantic divide? London ; New York, NY: Routledge, Taylor & Francis Group, 2017.
BRICEÑO-RUIZ, J. Ejes y modelos en la etapa actual de la integración económica regional en América Latina. Estudios Internacionales, v. 175, p. 9–39, 2013.
CINGOLANI, L. The State of State Capacity: a review of concepts, evidence and measures.Maastricht Economic and social Research institute on Innovation and Technology (UNU‐MERIT), , 2013. Disponível em:
DE SOUZA, S. L. E. O que se perde com o fim do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS)? Observatório de Regionalismo, n. Grupo de Pesquisa Vinculado à REPRI Observatório de Regionalismo, 2 jul. 2019.
GONZÁLEZ, G. et al. Coyuntura crítica, transición de poder y vaciamiento latinoamericano. Revista Nueva Sociedad, v. 291, fev. 2021.
LIMA, S. DE M. R.; ALBUQUERQUE, M. Uma tragédia anunciada. Boletin OPSA, jun. 2020.
MALAMUD, A. El Malentendido Latinoamericano. Revista Nueva Sociedad, dez. 2016.
MASI, F. La grieta del Mercosur. Latinoamérica 21, 16 jul. 2020.
MATTLI, W. The logic of regional integration: Europe and beyond. New York: Cambridge University Press, 1999.
MIJARES, V.; NOLTE, D. Regionalismo posthegemónico en crisis. Foreign Affairs Latinoamérica, v. 18, n. 13 num. 3, p. 105–112, 2018.
NOLTE, D. Lo bueno, lo malo, lo feo - y lo necesario: Pasado, presente y futuro del regionalismo latinoamericano. Revista uruguaya de ciencia política, 1 jul. 2019.
PASQUARIELLO MARIANO, K. L.; NETO RIBEIRO, C. C. A Pluralidade Institucional Como Ferramenta Política na América do Sul: sobreposições organizacionais e fragmentação regional. Revista Tempo do Mundo, n. 23, p. 35–59, 2 dez. 2020.
PATRÍCIO, R. As relações em eixo: novo paradigma da teoria das relações internacionais? Revista Brasileira de Política Internacional, v. 49, n. 2, p. 5–23, dez. 2006.
RIGGIROZZI, P. Regionalism through social policy: collective action and health diplomacy in South America. Economy and Society, v. 43, n. 3, p. 432–454, 3 jul. 2014.
RIGGIROZZI, P. Coronavirus y el desafío para la gobernanza regional en América Latina. Análisis Carolina, v. 12, p. 13, mar. 2020.
SANAHUJA, J. A. La crisis de integración y el regionalismo en América Latina: giro liberal-conservador y contestación normativa.: Ascenso del nacionalismo y el autoritarismo en el sistema internacional. Madrid: Centro de Educación e Investigación para la paz (CEIPAZ), 2019. Disponível em: <http://www.ceipaz.org/images/contenido/ANUARIO%20CEIPAZ%202018-2019.pdf>.
Soberanía sanitaria. Derecho a la salud e integración Sudamericana. : Observatorio Sur Global., 28 nov. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eCAEQ44Amjw>
VADELL, J. A.; GIACCAGLIA, C. El rol de Brasil en el regionalismo latinoamericano: la apuesta por una inserción internacional solitaria y unilateral. Foro Internacional, v. 60, n. 3, p. 1041–1080, 30 jun. 2020.
VAN KLAVEREN, A. La Crisis del Multilateralismo y América Latina. Análisis Carolina, mar. 2020.
