A Meta 11 de Aichi da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB): Avanços e retrocessos em políticas públicas de proteção da natureza no Brasil, à luz da cobertura jornalística

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51861/ded.dmvdd.3.254

Palabras clave:

Convenção sobre Diversidade Biológica, políticas públicas, Metas de Aichi, cobertura jornalística.

Resumen

No âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica, em 2010 foi pactuado o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, no qual se inserem as 20 Metas de Aichi, que estabelecem diretrizes com esse objetivo. Partindo desses antecedentes, o objetivo do artigo foi mapear e descrever, criticamente, avanços e retrocessos em políticas públicas no Brasil, com relação à Meta 11, dirigida às áreas protegidas, por meio da cobertura jornalística, entre 2017 e 2018, período paradigmático, em termos de transição política e inflexão da pauta socioambiental. Para tal, a pesquisa de cunho qualitativo partiu de levantamento bibliográfico e documental, além do mapeamento em 42 mídias digitais brasileiras. Alguns avanços foram alcançados, mas foram mais significativos os retrocessos dessa agenda no período, sendo evidentes os inúmeros riscos e incertezas com relação a essa pauta estratégica, no contexto de um país de megadiversidade biológica como o Brasil.

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Biografía del autor/a

Maria Elizabeth de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Pesquisadora e jornalista com formação interdisciplinar especializada em temas socioambientais. Desenvolveu pesquisa de pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED-CNPq), com atuação na Cátedra de Meio Ambiente Bertha Becker, vinculada ao Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com enfoque em políticas públicas brasileiras dirigidas às agendas de biodiversidade e clima (bolsista FAPERJ, 2020 - 2021). Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED), vinculado ao Instituto de Economia da UFRJ (2016). Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa EICOS, vinculado ao Instituto de Psicologia da UFRJ (2007). Desde 2006 é integrante do Grupo de Pesquisa Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidade (GAPIS/UFRJ/CNPq).

Marta de Azevedo Irving, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professora Titular do Programa EICOS/IP/UFRJ e PPED/IE/UFRJ; Pesquisadora Sênior do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PEED/CNPq); Coordenadora da Cátedra de Meio Ambiente do CBAE/FCC/UFRJ e Bolsista de Produtividade do CNPq.

Marcelo Augusto Gurgel de Lima, Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Professor substituto do curso de Turismo e Patrimônio da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Doutor em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (Programa Eicos/IP/UFRJ). Pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PPED/CNPq), vinculado à linha de pesquisa 3: Governança de Bens Comuns e Serviços Ecossistêmicos na Economia Sustentável.

Graciella Faico Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Formação em Psicologia (UFRJ), Especialização em Políticas Públicas e Gestão Governamental (UFF), Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ) e doutoranda no mesmo Programa. Assistente em Administração na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Pesquisadora do Grupo Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidades (GAPIS/UFRJ/CNPq) e do Núcleo SINERGIA: Subjetividades, Turismo, Natureza e Cultura (Sinergia/Lattes/CNPq).

 

Citas

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Publicado

2025-02-01

Número

Sección

Artigos