Bebês em risco? Considerações sobre o discurso de detecção precoce no campo da saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i33.50462Palavras-chave:
saúde mental, bebê, psicanálise, detecção precoce, riscoResumo
A partir de uma revisão narrativa e integrativa, objetiva-se discutir o uso do termo detecção precoce no campo da saúde mental da primeira infância, sobretudo em relação aos bebês. Problematiza-se a hegemonia do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) e a ênfase, em especial a partir da última edição, na prevenção de transtornos mentais, a partir da antecipação de riscos. Questiona-se o lugar ambíguo do bebê e da criança pequena: ora no lugar de prevenção de possíveis desvios na fase adulta, sujeita a inúmeros riscos, ora em um lugar de invisibilidade. Propõe-se que uma clínica psicanalítica com bebês, preocupada em evitar tanto a patologização quanto a identificação de bebês em risco, deve destacar o lugar do bebê como um sujeito que demanda, a seu tempo, inscrito em uma determinada história, o que põe em relevo a necessidade de se considerar os determinantes sociais e culturais.
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