Moralidade e a exploração do trabalho infantil doméstico: as visões de ex-trabalhadoras infantis e patroas
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i16.13440Resumen
Busca-se desvelar e analisar elementos que compõem o pano de fundo moral que alimenta o
trabalho infantil. Como referencial teórico, parte-se da concepção de moralidade de Charles
Taylor e das proposições de Jessé de Souza sobre pobreza e desigualdade no Brasil. Utilizouse
grupo focal como procedimento de coleta de dados. Foram realizados cinco grupos com
patroas e ex-trabalhadoras infantis domésticas. Os resultados apontam para posicionamentos
a respeito do que seria o “bom” e o “justo” para meninas trabalhadoras infantis domésticas e
apresentam fissuras no ideal contemporâneo de dignidade universal, em especial ao consenso
de que criança tem que estudar e brincar.
Palavras-chave: trabalho infantil doméstico, grupo focal, exploração.
Citas
BARBOUR, R.; KITZINGER, J. Developing focus group research: politics, theory and practice. London/Thousand Oaks/New Delhi: Sage Publications, 2001.
BRASIL. Ministério da Justiça. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 2002.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto Nº 6.481, de 12 de junho de 2008. Regulamenta os artigos 3o, alínea “d”, e 4o da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação e dá outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6481.htm> Acesso em: 15 mar. 2013
CAL, D. Comunicação e Trabalho Infantil Doméstico: política, poder, resistências. Salvador: EDUFBA/Compós, 2016.
HEILBORN, M. L. Dimensões culturais do trabalho infantil feminino. Brasil: OIT, 2000.
LAMARÃO, M. L. A constituição das relações sociais de poder no trabalho infanto-juvenil doméstico: estudo sobre estigma e subalternidade. 2008. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.
LAMARÃO, M.L.; MACIEL, C. A. (Org.). Mulheres do Bengüí: contando histórias sobre o trabalho infantil doméstico. Belém: Alves, 2006.
MARQUES, Â; ROCHA, S. A produção de sentido nos contextos de recepção: em foco o grupo focal. Fronteiras, v. VIII, n. 1, p. 38-53, jan./abr. 2006.
MATTOS, P. A mulher numa sociedade desigual. In: SOUZA, J. (Org.). A invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2006, p. 153-196.
MORGAN, D. Focus Groups as qualitative research. London: Sage, 1997.
OIT. O fim do trabalho infantil: um objetivo ao nosso alcance. Brasília: Escritório da OIT no Brasil, 2006.
RIZZINI, I; FONSECA, C. As meninas e o universo do trabalho doméstico no Brasil: aspectos históricos, culturais e tendências atuais. OIT/IPEC, 2002.
SABÓIA, A. As meninas empregadas domésticas: uma caracterização socioeconômica. OIT/IPEC, 2000.
SOUZA, J. (Org.). A ralé brasileira: quem é e como vive? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009.
TAYLOR, C. A política do Reconhecimento. In: TAYLOR, C. Argumentos Filosóficos. São Paulo: Loyola, 2000, p. 241-274.
TAYLOR, C. As fontes do self. A construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 2005.
VIVARTA, V. Crianças Invisíveis: o enfoque da imprensa sobre o trabalho infantil doméstico e outras formas de exploração. São Paulo: Cortez, 2003.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Todo el contenido de la Revista está licenciado sobre la Licencia Creative Commons BY NCND 4.0.