Epistemologias do Sul e cotidiano escolar: Desaprendizagem, desobediência e emancipação social

Autores/as

  • Inês Barbosa de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v0i28.40388

Resumen

Este texto argumenta que a possível contribuição da escola aos processos de emancipação social requer que ela produza aprendizagens e desaprendizagens, viabilizando a desobediência ao aprendido, entendida como o próprio do humano, e a obediência a si próprio. A desaprendizagem funcionaria como meio para nos deslocar do ideário hegemônico, que concebe a escola como espaço apenas de aprendizagem, permitindo-nos entrar no debate sobre o problema representado por “conhecimentos” socialmente aprendidos que prejudicam a aprendizagem democrática, emancipatória e favorável à justiça, social e cognitiva. Regras e padrões aprendidos são desafiados pela humanidade, desde os seus primórdios, produzindo desaprendizagens que, posteriormente, possibilitam formular novas regras e compreensões de mundo. Atualmente, isso significa conceber os processos de emancipação social como processos que exigem desafiar, questionar e superar preconceitos, hierarquias e valores competitivos próprios das sociedades capitalistas, colonialistas e patriarcais nas quais vivemos. É isso que pretendemos mostrar aos leitores, relacionando cotidiano escolar, desobediências e desaprendizagens, aprendizagens e emancipação social.

Citas

ALVES, N. Decifrando o pergaminho – os cotidianos das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, I. B.; ALVES, N. (Orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas: Sobre redes de saberes. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2008.

CARVALHO, J. M.; FERRAÇO, C. E. (Orgs.). Currículos, pesquisas, conhecimentos e produção de subjetividades. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2013.

CERTEAU. M. A Invenção do cotidiano 1: artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

COLLODI, C. Pinóquio. Porto Alegre: LP&M, 2011.

DAZ, L. O primeiro sinal de civilização numa cultura. Medium. Disponível em: <https://medium.com/@lenodaz/o-primeiro-sinal-de-civiliza%C3%A7%C3%A3o-numa-cultura-c56fbdb02746>. Acesso em: 29 ago. 2020.

GALEANO, E. O livro dos abraços. Porto Alegre: LP&M, 1999.

GARCIA, A. Invenções ordinárias: currículos, políticas e matizes nas culturas de "Ser-professor”. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

GROS, F. Desobedecer. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

LACERDA, E. As Redes de Poder e Saber Tecidas nos/dos/com os Cotidianos Escolas e Suas Relações com a Tessitura de Práticas Pedagógicas. 2016. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação) — Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

MATURANA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

NOGUERA, R. Mulheres e deusas: como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018.

OLIVEIRA, I. B. Currículo como criação cotidiana. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2016.

OLIVEIRA, I. B. Currículo e processos de aprendizagemensino: políticaspráticas educacionais cotidianas. Currículo sem Fronteiras, v. 13, n. 3, 2013, p. 375-391.

OLIVEIRA, I. B. (Org.). Práticas cotidianas e emancipação social: do invisível ao possível. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2010.

OLIVEIRA, I. B. A formação das subjetividades democráticas no cotidiano. In: OLIVEIRA, I. B. Democracia no cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2009.

OLIVEIRA, I. B. Certeau e as artes de fazer: as noções de uso, tática e trajetória na pesquisa em educação. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2008.

OLIVEIRA, I. B. Currículos praticados: entre a regulação e a emancipação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

OLIVEIRA, I. B.; PEIXOTO, L.; SUSSEKINDO, M. L. (Orgs.). Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019.

ROBLES, M. Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos. São Paulo: Editora Aleph, 2019.

SANTOS. B. S. O fim do império cognitivo. Coimbra: Almedina, 2018.

SANTOS. B. S. Reinventar as esquerdas. São Paulo: Boitempo, 2016.

SANTOS. B. S. Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos estudos: CEBRAP, n. 79, p. 71-94, nov. 2007, p. 71-94.

SANTOS. B. S. A Gramática do tempo. São Paulo: Cortez, 2006.

SANTOS. B. S. (Org.). Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2005.

SANTOS. B. S. (Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003.

SANTOS. B. S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000.

SANTOS. B. S. Pela mão de Alice: o social e o político na transição pós-moderna. São Paulo: Cortez, 1995.

SANTOS. B. S., MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SICUTERI, R. Lilith: a lua negra. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1985.

SÜSSEKIND, M. L. Teatro de Ações: arqueologia dos estudos nosdoscom os cotidianos: relatos das práticas pedagógicas emancipatórias nas escolas. 2007. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

Publicado

2020-12-22