Intergeracionalidades em análise: (re)composições ético-estético-políticas em pesquisas-inter(in)venções com crianças e adultos
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i28.40426Resumen
Neste artigo, pretende-se analisar movimentos de produção de um território de pesquisa e exercícios de políticas cognitivas inventivas na transversalização da Psicologia social e política e do campo dos estudos das infâncias. Transposição de limites geográficos da zona urbana de uma cidade nordestina pela criação correlata de territórios existenciais no encontro com crianças. Põe-se em análise o plano de composição de pesquisas, projetos de extensão, propostas para editais com ONGS, nos últimos 5 anos, visualizando deslocamentos ético estéticos e políticos. A questão da intergeracionalidade vai se diferenciando em meio a cenas e problemas já constituídos, inspirando planos de análise e preservando sua condição como problema (faz pensar). As recomposições vão delineando modos de operar na pesquisa sob inspiração da cartografia, pelas pistas do plano comum, do território existencial e dos processos, abrindo a intergeracionalidade às forças do virtual a ser atualizado nas cenas partilhadas por crianças e seus outros.
Citas
ALVAREZ, J.; PASSOS, E. Cartografar é habitar um território existencial. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (org.). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 131 - 149.
BARROS, R. B. Grupo: A afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulina/Editora da UFRGS, 2007.
BARROS, J. P. P. et al. A política da pesquisa-intervenção em psicologia social: deslocamentos a partir dos estudos foucaultianos e da esquizoanálise. In: LEMOS, F. C. S. et al. (org.). Conversas transversalizantes entre psicologia política, social-comunitária e institucional com os campos da educação, saúde e direitos. 1. ed. Curitiba: CRV, 2017. p. 467 - 485.
BARROS, J. P. P et al. Quanto Importa Cada Vida? Problematizações Éticas Sobre Violência Contra Populações InfantoJuvenis no Ceará. In: FREITAS, R. C. et al. (org.). Juventudes, Linguagens e Direitos. 1. ed. Fortaleza: Imprensa Universitária - Universidade Federal do Ceará, 2019. p. 19 - 52.
BARROS, J. P. P.; SILVA, D. B.; GOMES, C. J. A. Dispositivos Grupais Com Jovens: Rizomas Em Territorialidades Periféricas. In: LEMOS, F. C. S et al (org.). Pesquisar com as Psicologias: artesanias e artifícios. 1. ed. CRV: Curitiba, 2020. p. 30 - 50.
BARROS, J. P. P et al. Psicologia Social e o estudo da violência contra segmentos infantojuvenis: política de morte, precarização da vida e seus aspectos psicossociais. In: BARROS, J. P. P.; ANTUNES, D. C.; MELLO, R. P. (org.). Políticas de Vulnerabilização e Seus Efeitos: Estudos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC. 1. ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2020. p. 125 - 153.
BARROS, L. P.; KASTRUP, V. Cartografar é acompanhar processos. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (org.) Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 52 - 75.
CASTRO, L. R. O futuro da infância e outros escritos. 1. ed. Rio de Janeiro: 7letras, 2013.
COSTA, A. F. et al. Re-existências decoloniais frente às violências: experiências extensionistas em periferias fortalezenses. Extensão em Ação, Fortaleza, v. 19, n. 1, p. 53 - 66, jan/jun. 2020.
COSTA, E. A. G. A. Com que diferenças se fazem adultos e crianças: uma analítica das posições discursivas sob a ótica da fronteira e da experimentação. 2015. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
COSTA, E. A. G. A.; CAVALCANTE, A. P. Políticas públicas culturais para as infâncias cearenses: anúncio de novos ventos? Revista Subjetividades, v. 20, n. 1, 2020.
COSTA, E. A. G. A; COSTA, M. de F. V. Sobre a experiência de pesquisar entre crianças. In: ROCHA, N. M. F. D.; COSTA, M. A. C.; COSTA, M. F. V.; PINHEIRO, F. P. H. A (org.). Na aldeia, na escola, e no museu: alinhavos entre infância e trabalho docente. Fortaleza: EDUECE, 2016.
COSTA, F. V.; COSTA, E. A. G. A.; ROCHA, N. M. F. Entre escuta e saberes das crianças no imaginário da pesquisa: deslocamentos teórico-metodológicos para o reencantamento do mundo. In: Seminário Infâncias e pós-colonialismo: pesquisas em busca de pedagogias descolonizadoras, 2., Anais (online), Campinas, SP, 2015. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/infancia/anais.pdf. Acesso em: 30 ago. 2020.
COSTA, E. A. G. A.; MOURA JR., J. F.; BARROS, J. P. P. Pesquisar n(as) margens: especificidades da pesquisa em contextos periféricos. In: CERQUEIRA-SANTOS, E.; ARAÚJO, L. F. (org.). Metodologias e Investigações no Campo da Exclusão Social. 1. ed. Teresina: EDUFPI, 2020. p. 13 - 31.
DELEUZE, G. Foucault. Tradução Claudia Sant´Anna Martins. São Paulo: Brasiliense, 2005.
DELEUZE, G. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2000.
DELEUZE, G. O que dizem as crianças? In: DELEUZE, G. Crítica e Clínica. Tradução: Peter Pál Pelbart. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011. p. 83 - 90.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia Vol. 3. Tradução Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. Rio de Janeiro: Ed 54, 1999.
DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. Tradução Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Editora Escuta, 1998
.
FONSECA, T. M.; NASCIMENTO, M. L.; MARASCHIN, C. Pesquisar na diferença: um abecedário. 1. ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 2015.
FOUCAULT, M. Michel Foucault entrevistado por Hubert L. In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 253 - 278.
FOUCAULT, M. Verdade e poder. In: FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1996. p. 1 - 14.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 2: uso dos prazeres. Tradução Maria Thereza da Costa Albuquerque. 9. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2001.
FOUCAULT, M; DELEUZE, G. Os intelectuais e o poder: conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze. In: FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1996. p. 69-78.
GADELHA, S. Governamentalidade neoliberal e instituição de uma infância empreendedora. In: KOHAN, W. O (org.). Devir-criança da filosofia: infância da educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. p.123 - 140.
GUATTARI, F. Revoluções moleculares: pulsões políticas do desejo. Tradução Suely Rolnik. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
GUATTARI, F. Caosmose: um novo paradigma estético. Tradução Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
GUATTARI, F; ROLNIK, S. Micropolítica: Cartografias do Desejo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
KASTRUP, V. Devir-criança e cognição contemporânea. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v.13, n. 3, p. 373 - 382, 2000.
KASTRUP, V; PASSOS, E. Cartografar é traçar um plano comum. In: PASSOS, E; KASTRUP, V; TEDESCO, S. (org.). Pistas do Método da Cartografia: Porto Alegre: Sulina, 2016a. p. 15 - 41.
KASTRUP, V.; PASSOS, E. Sobre a validação da pesquisa cartográfica: acesso à experiência, consistência e produção de efeitos. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; TEDESCO, S. Pistas do método da cartografia: a experiência da pesquisa e o plano comum - volume 2. Porto Alegre: Sulina, 2016b. p. 203 - 237.
PASSOS; E.; BARROS, R. B. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E; KASTRUP, V; ESCÓSSIA, L. (org.). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 17 - 31.
PELBART, P. P. Vida Capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Editora Iluminuras, 2003.
POZZANA, L. Pista da formação. A formação do cartógrafo é o mundo: corporificação e afetabilidade. In: PASSOS, E; KASTRUP, V e TEDESCO, S. (org.). Pistas no método da cartografia: a experiência da pesquisa e o plano comum. Porto Alegre: Sulina, 2016. P. 42 - 65.
LIBARDI, S. S.; CASTRO, L. R. A proteção da infância no Brasil: uma visão crítica das relações intergeracionais. Estudos e Pesquisa em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 895 - 914, set./out. 2017.
LIBERATO, M. T. C.; COSTA, E. A. G. A.; BARROS, J. P. P. O sujeito como campo problemático: contribuições de Foucault e Deleuze. POLIS E PSIQUE, v. 9, n. 1, p. 91 - 108, 2019.
LOURAU, R. Análise Institucional e Práticas de Pesquisa. Rio de Janeiro: UERJ, 1993.
MAYORGA, C. Algumas palavras de uma feminista sobre o campo de estudos sobre Juventude. In: COLAÇO, V. de F. R.; GERMANO, I.; MIRANDA, L. L.; BARROS, J. P. P. (org.). Juventudes em Movimento: experiências, redes e afetos. 1. ed. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2019. p. 132-141.
MBEMBE, A. O direito universal à respiração. São Paulo: Carta Maior, 2020.
NANDY, A. A imaginação Emancipatória: desafios para o século 21. Tradução Joannes de Knegt. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.
NASCIMENTO, M. L. (org.). Pivetes: a produção de infâncias desiguais. Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Oficina do Autor, 2002.
ROCHA, M. A (org.). Visões e vivências latino-americanas do Cultura Viva. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2019.
ROCHA, M. L.; AGUIAR, K. F. Pesquisa-intervenção e a produção de novas análises. Psicologia Ciência e Profissão, Brasília, v. 23, n. 4, p. 64 - 73, 2003.
ROLNIK, S. Pensamento, corpo e devir: Uma perspectiva ético/estético/política no trabalho acadêmico. Cadernos de Subjetividade, PUC/SP, v. 1, n. 2, p. 241 - 251. set./fev. 1993.
ROLNIK, S. Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.
ROSSI, A.; PASSOS, E. Análise institucional: revisão conceitual e nuances da pesquisa-intervenção no Brasil. Rev. Epos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 156-181, jun. 2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 01 set. 2020
RIBEIRO, F. B. Os cabelos de Jennifer: notas sobre participação e etnografia em contextos de “proteção à infância”. Jornadas de estúdios sobre la infância, 4, Buenos Aires, 2015.
SALGADO, R. G. Infância, gerações e temporalidades: experiências de crianças e professoras em diálogo. Linhas Críticas, Brasília-DF, v. 20, n. 41, p. 63 - 80, jan./abr. 2014.
SARMENTO, M. Gerações e alteridade: interrogações a partir da Sociologia da Infância. In: Educação & Sociedade, CEDES, n. 91. v. 26 (Dossiê Temático Sociologia da Infância: Pesquisas com Crianças), 2005.
SILVA, A. E. Maquinar. In: FONSECA, T. M. G.; NASCIMENTO, M. L.; MARASCHIN, C. (org.). Pesquisar na diferença: um abecedário. Porto Alegre: Sulina, 2015.
TAVARES, G. M. Carta à infância. In: BERNARDES, A. G.; TAVARES, G M.; MORAES, M. (org.). Cartas para pensar: políticas de pesquisa em psicologia. Vitória: EDUFES, 2014. p. 61 - 68.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Todo el contenido de la Revista está licenciado sobre la Licencia Creative Commons BY NCND 4.0.